Em tempos remotos, alguém descobriu a pólvora e com a pólvora as potências derrubaram muros e subjugaram povos indômitos. Em tempos recentes, alguém descobriu a responsabilidade social e com a responsabilidade social a Suzano “amarra seu bode” em todo o Maranhão.
Seria melhor que a Suzano em vez de “amarrar seu bode”, e nesse caso amarrar o bode para bom entendedor sugere que enquanto as pessoas da comunidade se maravilham pelo berreiro do animal a empresa simplesmente agarra o que lhe convém, explicite seus reais propósitos sejam eles de construir um terminal portuário na comunidade de Cajueiro ou sejam eles plantarem de forma continua hectares e mais hectares de eucalipto em todo o Maranhão.
A comunidade de Cajueiro, zona rural de São Luis, capital do Maranhão, pergunta sobre os impactos que a construção que um terminal portuário acarretará para a pesca. Em vez de responder a pergunta, os funcionários da Suzano respondem que o empreendimento beneficiará a comunidade com empregos, com a construção de equipamentos públicos e a construção de uma estrada.
Os representantes da Suzano responderam parecido para os questionamentos da sociedade civil de João Lisboa, região tocantina maranhense, no tocante a construção de um ramal rodoviário. Para a Suzano e suas contratadas redimir os impactos socioambientais, basta levar brincadeiras de circo. As comunidades se fingem de agradecidas pelas migalhas simbólicas.
Interrogando as pessoas da comunidade de Cajueiro sobre as suas atividades econômicas, os pesquisadores se identificam como funcionários de uma empresa de consultoria sem indicar que a Suzano contratou essa empresa para um trabalho de pesquisa na comunidade. Um trabalho que ao fim e ao cabo, dentro dos interesses da empresa, descaracterizaria os entrevistados como pescadores, como comunidade tradicional e como integrantes de um processo de criação de reserva extrativista marinha.
Por: Mayron Régis
Por: Mayron Régis
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