As comunidades do Baixo Parnaiba maranhense revisam seus territórios como um escritor revisaria seus artigos antes da publicação no formato de um livro. Quem escreve sabe o quanto rever seus artigos logo depois de escrevê-los com os gabaritos de um crítico infelicita a sua leitura. Cabe a dolorosa dúvida sobre o que se inscreveu no papel ou no computador no calor do embate: “Que história das comunidades do Baixo Parnaiba maranhense averbar-se-á para os moradores dessas comunidades, afinal tanto e tão pouco de informação e de cultura chegam para essas comunidades e o que chega agoura toda uma existência”. Quando as terceirizadas da Suzano e da Margusa manobram seus tratores sobre as áreas de Chapada, vê-se nisso um mau agouro como nunca recaíra antes sobre quaisquer comunidades. Os bacurizeiros para as comunidades agroextrativistas tremulam sobre as Chapadas em suas novas e antigas formas que muitas vezes convergem para embarcações encalhadas em um tempo que não se fala mais. A safra de bacuri atrai as comunidades agroextrativistas para essa esquadra que, antes da safra se aprontar, floresce em vermelho e amarelo para depois amadurecer. O contraveneno ou o contrafeitiço para o mau agouro do eucalipto e da soja está justamente nesses bacurizeiros que encalharam nos Cerrados maranhenses.
Mayron Régis
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