O minério de ferro é o produto que mais movimenta o complexo portuário de São Luis, capital do Maranhão. Pela carteira de minerais, de semi-elaborados e de grãos que são exportados pelos portos se depreende que só a soja e o ferro-gusa saem diretamente das terras e das empresas maranhenses para a Europa e para a China. Quer dizer, nem tanto assim, porque parte da soja exportada vem do Piaui e do Tocantins e parte do ferro-gusa vem das guserias do Pará. Como se pode conferir, o Maranhão se especializou na exportação de uns poucos itens que em nada refletem as características socioambientais das suas comunidades. A ponta-de-lança da exportação é o minério de ferro que a Vale transporta em seus vagões pela estrada de ferro Carajás desde a mina em Parauapebas, no estado do Pará. O número disseminado pelos meios de comunicação discorre sobre 42 milhões de toneladas de minério de ferro. Os números mais escondem do que revelam. A exportação do minério de ferro em sua forma original, assim como a soja, significa que o Maranhao continua sendo um mero entreposto espaço-territorial para empresas de mineração e de grãos. Os projetos de plantios de cana e produção de etanol que parte da elite maranhense depositava suas esperanças vendem seu etanol para o mercado interno quando a pretensão original seria exportar para os Estados Unidos. Pegue-se o caso da Suzano que pretende se instalar na região sudoeste do Maranhão. Nada de novo no front. Com o projeto da Suzano, o Maranhão se especializará em mais um item, a monocultura do eucalipto, que pouco acarretará de mudança no ambiente socioeconômico do estado.
Mayron Régis
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