A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa debateu em audiência pública realizada nesta quarta-feira(15) a exploração de areia no Rio Munim. O pedido de audiência feito pelo deputado Bira do Pindaré foi motivado por denúncias de moradores dos municípios que são banhados pelo Munim. Segundo eles, a exploração é ilegal e tem causado degradação ambiental. Eles denunciam ainda que a empresa responsável pela retirada da areia, a Magropel, opera de maneira irregular.
De acordo com os moradores, em média 30 caçambas passam por dia na região para extrair areia do Rio Munim. Grande parte dessa areia está sendo utilizada nas obras de duplicação da BR-135. Mas, há pelo menos 3 anos a extração de areia às margens do Munim vem acontecendo.
As comunidades reclamam de prejuízos sócio-ambientais para municípios banhados pelo rio, como Bacabeira, Cachoeira Grande, Juscelino e Morros, há cerca de 100 km de São Luis. As denúncias foram ouvidas pelo deputado Bira do Pindaré da Comissão de Direitos Humanos, pela deputada Eliziane Gama, presidente da Comissão de Meio Ambiente.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente do município de Morros, Alison Medeiros, o Rio Munim é o principal atrativo da cidade e o seu assoreamento devido a extração ilegal, tem prejudicado o turismo na região.
Ainda segundo as denúncias, a movimentação de caçambas que transportam a areia tirou o sossego das comunidades. A estrada que dá acesso a vários municípios da região está empoeirada e quando chove vira um lamaçal. Os riscos de acidentes também aumentaram.
Por conta do excesso de peso e do tráfego intenso das caçambas, que passam dia e noite transportando toneladas de areia retirada do rio, moradores correm o risco de terem suas casas derrubadas. “A maioria das casas já apresentam rachaduras e podem cair a qualquer momento por causa do vai e vem dessas caçambas” afirmou um morador.
Pescadores da cidade de Juscelino estão preocupados. Segundo eles, “o barulho das caçambas assusta os peixes. E a extração da areia tem prejudicado a reprodução da maioria das espécies”, disse Marici Moreira, presidente da colonia de pescadores do município de Juscelino.
O sócio da empresa MAGROPEL, Marco Antonio Gomes, acusada de extração ilegal e operar irregularmente na região, apresentou documentos que, segundo ele, permitem a atividade extrativista. De acordo com o empresário, a retirada da areia do Munim não prejudica o ecossistema da região.
“Nos temos toda a documentação necessária para a retirada da areia e diferentemente do que estão nos acusando a extração da areia está sendo feita de maneira correta, sem maiores danos para o ecossistema”. ele explicou ainda, que a areia está sendo retirada do fundo do rio, que aumenta sua profundidade e em alguns pontos aumentou a quantidade de peixes.
Para o deputado Bira do Pindaré, está muito claro que a exploração de areia do Rio Munim é ilegal e que a empresa Magropel não tem a licença, que diz ter, para retirar a areia. ” Nós estamos convencidos de que a exploração é ilegal e que a empresa está irregular. E vamos lutar para que retirar essa empresa de lá e que não seja mais retirada areia do Rio Munim”.
O deputado disse ainda que a areia é importante para a construção da duplicação da BR 135, mas que a vida é muito mais importante do que uma estrada. E que os debates são importantes para encontrar uma solução para o problema. ” ninguém é contra a duplicação da BR 135, essa obra é muito importante e necessária, mas precisamos encontrar uma solução e vamos encontrar”. salientou o parlamentar.
A deputada Eliziane Gama, presidente da Comissão de Meio Ambiente, disse que a comissão irá pedir aos órgãos competentes que prestem informações sobre a documentação apresentada pela Magropel. Segundo ela, é preciso saber se a documentação necessária foi entregue e se os tramites foram seguidos corretamente para a liberação da licença que permite a exploração da areia.
http://biradopindare.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário