“Mega-empreendimento”. Como custa
usar a palavra mega. Ela é um peso em qualquer circunstancia. Quando você lê na
internet um anuncio que oferece uma jazida de areia com área de 1.400 hectares
no rio Munim como não apelar para essa palavra “mega”? Ela está gasta mesmo,
então por que não gasta-la um pouco mais? Áreas dos municípios de Rosário,
Axixá e Presidente Juscelino integrariam esse “mega-empreendimento”. Ora,
Rosário não faz parte da bacia do rio Munim. De qualquer forma, só a pretensão
de explorar por 300 anos uma área de 1.400 hectares assusta. Será que o rio
Munim aguenta 300 anos de extração de areia ininterrupta? Os protagonistas do
anuncio, certamente, não responderiam essa questão até porque eles nem devem conhecer
o rio Munim, afinal o anuncio saiu num classificados de Imperatriz. Quem
anuncia quer que as pessoas acreditem na descrição. Não importa que no fundo o
rio sofra as consequências de um negócio escuso. A mineração de areia é uma
concessão do Estado. A concessão não pode ser objeto de negócio da parte de
quem a obteve. Pelo tamanho e pela extensão do “mega-empreendimento”, que percorre
três municípios, os impactos socioambientais se estenderiam para além do que se
propõe como área. O licenciamento passaria pela Secretaria do Estado do meio
ambiente e pelos municípios. Essa deveria ser a norma. Essas e outras questões
aqui levantadas farão parte do debate que acontecerá na Assembleia Legislativa
as 15:00 do dia 16 de abril. A iniciativa de discutir a extração de areia e de
outros minérios partiu do deputado estadual Bira do Pindaré.
Mayron Régis
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