Obra ferroviária atinge diretamente Comunidade Quilombola Contente, em Paulistana (PI)
O Ministério Público Federal (MPF), por
meio da 6ª Câmara de Coordenação de Revisão (Populações Indígenas e
Comunidades Tradicionais), realizou reunião com objetivo de encontrar
uma solução para os problemas que a Comunidade Quilombola Contente está
enfrentando com construção da ferrovia Transnordestina.
A Transnordestina começou como um
projeto para ser executado pelo governo federal, como uma das obras do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e foi repassada para
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Com 1.728 km, ela passará por
aproximadamente 80 cidades em três estados, ligando o Porto do Pecém, no
Ceará, ao Porto de Suape, em Pernambuco.
O principal impacto causado à Comunidade
Quilombola Contente é a distância que terá que ser percorrida para ter
acesso à um açude e à roças que são fonte de sustento. A obra provocou a
obstrução dos caminhos tradicionais, dificultando o deslocamento das
pessoas, inclusive de crianças que precisam ir à escola, além de causar
prejuízos econômicos, pois as indenizações pagas foram irrisórias,
conforme reconheceu o secretário de Transportes do Estado do Piauí,
Avelino Neiva. Algumas indenizações não passaram de R$ 5.
Deliberações:
- Representantes da Transnordestina e da Fundação Palmares melhorarão comunicação com Comunidade Quilombola Contente com objetivo de informá-los dos passos da obra;
- Transnordestina encaminhará ao MPF o estudo de impacto ambiental;
- Os órgãos presentes se comprometeram a estudar mudança de parâmetros para reaver o valor da indenização às famílias quilombolas.
Participaram da reunião a
subprocuradora-geral da República Maria Eliane Menezes de Farias, o
procurador da República em Picos Franscisco Alexandre de Paiva Forte e
representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT), da
Fundação Palmares, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial (Seppir), da Secretaria de Transportes do Piauí (Setrans) e da
Transnordestina. O encontro foi realizado na sede da Procuradoria Geral
da República, em Brasília, nesta segunda-feira, 22 de julho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário