Pelas razões da Suzano apresentadas e acolhidas por um juiz interino, os moradores de Formiga se configurariam como verdadeiros bandidos travestidos de agricultores que invadiram 148 hectares. Nem morariam lá, pelo que a Suzano informara. O juiz acolheu tão bem as razões da Suzano que além de agraciar a empresa com uma liminar condenou a família do senhor Francisco Rodrigues do Nascimento a pagar uma multa diária caso reincidisse em cercar a área. Tudo bem escrito para que a comunidade de Formiga admitisse a derrota e largasse de mão da herança do senhor Francisco. Bem que a Suzano queria os 148 hectares de mão beijada sem que nenhuma disputa judicial a atarantasse.
Com uma liminar dessas, a Suzano se consagraria como campeã da moralidade fundiária visto que disputa áreas em Urbano Santos, Santa Quitéria, Anapurus e São Bernardo com comunidades de agricultores familiares. Uma estratégia para sufocar os redutos de resistência aos seus propósitos, como se passasse um recado de que a Justiça recairia sobre as cabeças dos moradores todas as penalidades para quem descumpre a lei. E ela permanece de olho em Bracinho, Urbano Santos, Pólo Coceira, Santa Quitéria, e Enxu, São Bernardo, onde a câmara de vereadores derrubou a lei que proibia as monoculturas.
Onde não houve resistência, a Suzano arrasa as áreas de Chapada como as próximas ao rio Preguiças, na Barra da Campineira, em Anapurus.
Mayron Régis
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