terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Suzano vê resistencia na região tocantina com relação aos plantios de eucalipto

Meta da Suzano para Fábrica no Maranhão

30 mil hectares de floresta em 2019/20
Empresa vê resistência no cultivo do eucalipto diante do ciclo maior que a atividade consome
Para abastecer a fábrica Imperatriz, no Maranhão, a Suzano Papel e Celulose está ampliando a sua rede de parcerias florestais com produtores e pretende, até o biênio 2019-2020, encerrar o seu Programa de Parceria Florestal com cerca de 30 mil hectares de florestas plantadas. Para o primeiro trimestre de 2015, a meta são 10 mil hectares.
O programa, criado há quatro anos, tem como estratégia não apenas o abastecimento da unidade industrial, mas também a criação de uma cultura florestal na região, que é tradicional na prática de pecuária extensiva.
Cultura do eucalipto
“Queremos desenvolver uma cultura do eucalipto, trazer pequenos e médios produtores para o projeto, dividir a renda e diversificar a produção da região. Não existe uma cultura florestal no Maranhão, é uma fronteira agrícola, então abrimos o programa para ampliar a diversificação da atividade, com fonte de renda para os produtores locais”, disse Julio Ohlson, diretor de operações florestais da empresa no Maranhão, em entrevista à Agência CMA.
Segundo o executivo, há certa resistência no cultivo do eucalipto diante do ciclo maior que a atividade consome. Comparada com o ciclo de criação de gado, por exemplo, o produtor muitas vezes não vê as mesmas vantagens do plantio, pois não vislumbra no prazo menor o retorno dos investimentos.
“A atividade florestal tem ciclo longo. Portanto, relacionando isso à questão cultural dos produtores, é um desafio que tivemos que vencer para seguir com o projeto”, afirma.
Burocracia
A segunda dificuldade encontrada no local foi a burocracia na realização de procedimentos de licenciamento ambiental, também como conseqüência da forte tradição agropecuária. “Tocantins tem mais abertura, mas Pará e Maranhão não têm tradição nessa atividade, as pessoas enxergam a prática como ruim para a natureza.”
Ohlson pontua, porém, que a companhia continua otimista em relação ao projeto e ao momento atual que a Suzano está vivendo, especialmente após o sucesso na ampliação da fábrica de Imperatriz, inaugurada há um ano. A planta tem capacidade instalada de 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano e é responsável por um aumento da capacidade da empresa para 4,7 milhões de toneladas anuais na produção da matéria-prima.
“Sentimos uma mudança na região, dentro da área de fomento. A nossa expectativa é difundir uma cultura florestal para trazer novos parceiros para nossa produção. As expectativas são positivas, estamos nesse ano e nos próximos plantando próximo de 4 mil hectares no ano. O programa tem se desenvolvido de maneira satisfatória”, diz Ohlson.
Gestão da dívida
Em termos de alavancagem, critério relevante nas decisões da Suzano pensando na gestão da dívida para os próximos anos, o diretor lembra que o projeto é subsidiado por agentes financeiros como o Banco do Brasil, que financiam parte das operações junto aos proprietários.
Em áreas plantadas e contratadas, o programa de parceria já atingiu 3,176 mil hectares no Tocantins, 3,220 mil hectares no Pará e 3,009 mil no Maranhão, no entorno da Unidade Imperatriz.
Preço
A Suzano vai reajustar os preços do insumo em US$ 20 por tonelada a partir de primeiro de janeiro, disse a companhia. O preço do insumo deve passar para US$ 860 d a tonelada na América do Norte, US$ 770 a tonelada na Europa e US$ 660 a tonelada na Ásia.
No fim de novembro, executivos da Suzano informaram que a empresa avaliava um aumento de preços no ano que vem por enxergar um momento positivo, com menor oferta de celulose antes da entrada de novas capacidades no mercado.

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