Denúncias de corrupção na Secretaria de Meio Ambiente coincidiram com o retorno de Roseana Sarney ao Governo do Estado em 2009
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Antônio César Carneiro e Victor Mendes: corrupção na Sema coincide com retorno do grupo Sarney ao poder
A Operação Ferro e Fogo da Polícia Federal, que colocou na cadeia  ontem (2) dezenas de servidores corruptos na Secretaria Estadual de Meio Ambiente,  é apenas a ponta do Iceberg na vasta teia de corrupção e aparelhamento político da pasta.
Além da quadrilha de servidores públicos que arrecadava cerca de R$ 2,5 milhões por mês em propina pagas por madeireiros ilegais que atuam no corte clandestino de madeira das reservas indígenas no Estado, a Secretaria  Estadual de Meio Ambiente  é alvo de denúncias do Ministério Púbico desde que a governadora Roseana Sarney assumiu novamente o cargo em 2009.
Naquele ano, a  Polícia Federal identificou indícios de corrupção da Secretaria de Meio Ambiente do Estado em conluio com os madeireiros ilegais que passaram a ocupar o Noroeste do estado. Na época, a PF instaurou a Operação Arco de Fogo para investigar o envolvimento de políticos, fazendeiros e madeireiros  – estes, em sua maioria oriundos do Pará – com a extração ilegal.
Também em 2009, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente acelerou o processo de licenciamento de 80 mil hectares, na região do Baixo Parnaíba maranhense, com expedições irregulares de licença prévia, licença de instalação e licença de operação.
Em junho de 2012 o  Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) conseguiu na Justiça Federal a nulidade de todos os atos de licenciamento ambiental concedidos pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado à UTE Porto do Itaqui Geração de Energia  (antiga Diferencial Energia Empreendimentos e Participações Ltda) de Eike Batista, para instalação da Usina Termoelétrica Porto do Itaqui.
Desde 2010, as relações entre o agora ex-bilionário Eike Batista e o Grupo Sarney haviam se estreitado em função da instalação das Usinas Termoelétricas de Gás Natural no Maranhão pela OGX. Na época, Eike foi beneficiado com dezenas de concessões de licenças ambientais irregulares, todas questionadas pelo MPF. Em troca das facilidades conseguidas junto à Secretaria de Meio Ambiente, Eike doou dinheiro para a campanha de Roseana Sarney, que venceu a eleição naquele ano.
Em 2013, O OGX de Santo Antônio dos Lopes, obteve prorrogação do prazo para continuar explorando em  Santo Antônio dos Lopes.
Em função da legislação, a concessão de licenças ambientais passou a ser “menos rentável”, o esquema de corrupção instalado dentro da Secretaria Estadual de Meio Ambiente passou a mirar na ocupação ilegal de territórios indígenas no Maranhão por madeireiros.
Segundo a PF, cada um dos servidores públicos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, inclusive o Secretário Adjunto da pasta, Antônio César Carneiro, cobrava de R$ 8 mil a R$ 12 mil de propina mensalmente para autorizar o corte de madeiras em áreas indígenas, além de agiram em fraudes de notas fiscais para esquentar a madeira extraída ilegalmente. Também avisavam aos empresários quando iriam realizar operações de fiscalização.
A Secretaria de Meio Ambiente é controlada desde o início do atual  governo Roseana Sarney pelo Partido Verde, sigla controlada pelo irmão da Governadora, Sarney Filho e pelo primo do Senador José Sarney, Victor Mendes, que até abril deste ano comandou a pasta.