- Sex, 30 de Maio de 2014
- Escrito por Ivandro Coelho
Projeto
apoiado pela Fapema pode ajudar a combater um inimigo conhecido dos
produtores rurais do Estado do Maranhão: o carrapato.
O foco central da pesquisa desenvolvida pelo professor Lívio Martins,
do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do
Maranhão (CCAA/UFMA), é a criação de um fitoterápico para controle de
carrapato dos bovinos e dos cães.
A seleção das plantas para a produção do
medicamento é feita na reserva extrativista Chapada Limpa, localizada no
município de Chapadinha - MA, há 250 quilômetros da capital São Luís.
De acordo com o professor Lívio, um dos
objetivos do projeto é garantir a certificação e a comercialização dos
produtos pela comunidade, produzidos a partir de plantas como cujuba,
sapucaia e sapucarana.
“Sabendo que a planta pesquisada tem eficiência
sobre o carrapato, a idéia é retornar à comunidade e garantir que ela
possa futuramente produzir e explorar essa planta comercialmente”,
explicou o pesquisador.
Além da viabilidade econômica, o estudo Fitoterápico Contra Carrapatos pode trazer outros benefícios à população.
Uma delas seria a diminuição de produtos
químicos no tratamento dos animais, o que reduziria a contaminação de
alimentos como a carne e o leite.
“É muito comum ver produtores tratando os
animais e retirando o leite, o que provoca contaminação direta. Isso
está associado indiretamente ao aumento do câncer e doenças
degenerativas em geral. Então, diminuindo a utilização desses produtos,
temos um menor resíduo na carne e no leite”, garante o professor Dr.
Lívio Martins.
Várias instituições do Brasil e do exterior colaboram com o projeto Fitoterápico Contra Carrapatos.
Além de pesquisadores da Universidade Federal
do Maranhão (UFMA), participam professores da Universidade Estadual do
Ceará (UECE), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade de São
Paulo (USP), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE) e alunos bolsistas de iniciação científica
de mestrado e doutorado.
Os resultados desse trabalho já foram
apresentados em congressos internacionais na Argentina, Canadá e na
China. A próxima apresentação será na Espanha.
Além da seleção das plantas da região do Baixo Parnaíba, os pesquisadores têm selecionado outras plantas nativas do nordeste.
“Estamos fazendo um depósito de patente com
algumas plantas que apresentam um grau de desenvolvimento relativamente
bom, com concentração letal baixa”, informou Lívio Martins.
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