sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A gratidão do eucalipto


Só de olhar causa gastura. Seria impensável conta-los. Impensavel racionaliza o tamanho do disparate. Sumiria com impensável e colocaria em seu lugar indesejável. Seria indesejável conta-los. Um após o outro. As fazendas de eucalipto sentem “extrema gratidão” com os moradores do povoado Jacu, município de Urbano Santos, por lhes venderem suas posses sobre a Chapada por valores bem abaixo do valor do mercado. Sobraram algumas centenas de hectares de Chapada no Jacu. Algumas dessas centenas de hectares pertencem a família da Luzia. “Uns dos poucos que não venderam a Chapada...”. As famílias, que moram do outro lado do rio Jacu, venderam suas posses. E por que e com o que segurariam suas posses seculares? Os séculos contam pouco quando o assunto resvala no tamanho e na altura das Chapadas. Por conta disso, as famílias se restringiram a algumas tirinhas de chão beirando o rio Jacu.

A propriedade da família da Luzia e as propriedades de tantas outras famílias se alegram com o rio Jacu. O que seria da vida deles se o rio Jacu secasse? Alegrar-se-iam com o leito seco? O moradores dos Mendes se entristeceram com o aterramento da nascente do Jacu causado pelos plantios de eucalipto.  Os plantios de eucalipto da fazenda Paraiso (?) preenchem todos os requisitos de espécie invasora do Cerrado maranhense. Dali ate o povoado Gonçalo dos Moura, do lado de Urbano Santos, as pessoas so observam o que há pela frente. De vez em quando, pinta um trabalho de enfiar muda de eucalipto no solo. As fazendas de eucalipto não ousaram se confrontar com as comunidades de e com a legislação ambiental de Barreirinhas. A parte Gonçalo dos Moura em Barreirinhas proibiu a entrada dos eucaliptos em seu território. No final de janeiro de 2017, comeu-se em Urbano Santos um bode na casa da prima de Luzia, esposa do Adelino. Este trouxera o bode das bandas de Santo Amaro. Nesse dia do almoço, Adelino não percorreu o caminho da cidade até o Jacu para mostrar-lhes a sua propriedade e a de Luzia. Chovia muito e quando chove forte não se sai de casa para canto algum. Muito menos para a Chapada.
Mayron Régs

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