O grupo Suzano Papel e Celulose foi o responsável pelos avanços da fome e da miséria na região do Baixo Parnaíba. Mais de dez municípios tiveram terras agricultáveis ocupadas pela cultura extensiva do eucalipto e milhares de famílias foram expulsas de posses seculares, contando com enormes fraudes em cartórios e apoio do Sistema de Segurança Pública, principalmente a Policia Militar.
Durante muitos anos acompanhei os conflitos pela posse da terra, e me recordo que o Ministério Público Estadual chegou a ajuizar mais de 40 ações contra o grupo Suzano Papel Celulose e nenhuma delas prosperou na justiça.
A desgraça e a injustiça não foram maiores pela presença viva e a profissão de fé de muitos religiosos e a participação da Comissão Pastoral da Terra, do Fórum Carajás e dos Territórios Livres do Baixo Parnaíba.
São muitas as denúncias de que o grupo Suzano Papel Celulose tem incorporado ao seu patrimônio em 10 municípios do Baixo Parnaíba, terras devolutas do Estado, que inclusive é de conhecimento do ITERMA. Não se estende é que as terras que podem perfeitamente ser utilizadas para a produção de alimentos pela agricultura familiar, simplesmente o governo se omite totalmente em arrecadar o patrimônio público.
O grupo Suzano Papel Celulose destruiu grande parte da cultura negra no Baixo Parnaíba e a memória de comunidades, quando através de fraudes em cartórios expulsou milhares de famílias. Homens e mulheres de idades mais avançadas morreram antes de serem submetidos a humilhação, os mais jovens sem qualquer tipo de qualificação foram expurgados para vários centros. As jovens se tornaram presas fáceis para a prostituição e os homens foram parar na criminalidade e nas drogas, sendo que muito pouco escapou.
A verdade é que o grupo Suzano Papel Celulose sempre teve como aliado no Maranhão, políticos e o próprio Poder Executivo, que sempre favoreceu os seus interesses marginalizando trabalhadores e trabalhadoras rurais fazendo-os de pobres em miseráveis.
Recebi a informação do Fórum Carajás, de que na comunidade Formiga, município de Anapurus, seguranças e jagunços do grupo Suzano Papel Celulose expulsaram famílias e se apoderaram de pertences das vítimas, sob a alegação de que as terras da comunidade são de sua propriedade. Na certeza da impunidade é que vêm fazendo justiça própria, o que se tornou uma pratica criminosa da empresa nas áreas em que vai ampliando o plantio de eucalipto e destruindo grandes reservas de recursos hídricos.
Por: Aldir Dantas
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