A definição do título acima se refere à frase de uma liderança indígena de luta pela demarcação da terra de seu povo contra o agronegócio no Espírito Santo. Winnie Overbeek, holandês, ativista do Movimento Mundial pelas Florestas, falava de sua experiência de lutas no “Seminário sobre eucalipto transgênico” realizado dia 25/04/2016, no Povoado São Raimundo – zona rural de Urbano Santos. Ele dizia que durante sua trajetória em defesa das lutas no campo, aquela sabedoria dos povos tradicionais lhe marcara por toda a vida. Além de Winnie, as outras falas foram voltadas para o grande problema ambiental que o eucalipto causa nas comunidades rurais do Brasil e do mundo; as promessas enganosas das empresas quando chegam nas áreas, a grilagem de terras, o aumento dos conflitos e os desacatos aos direitos das populações que habitam esses lugares. O processo de entendimento do termo “floresta” quando é aplicada pelas empresas dos monocultivos, elas dizem que é uma área nativa, plantada ou replantada de uma ou de várias espécies. Mas que contradição! Um campo de eucalipto pode ser considerado uma floresta? Que floresta é essa onde ninguém pode entrar? Onde os camponeses são proibidos de caçar e pescar? De tirar madeira para construírem suas casas, utilizando de seus saberes para o sustento da família? Que floresta é essa cercada e vigiada dia e noite por jagunços? As chapadas com suas muitas espécies é sim, uma verdadeira floresta, onde a biodiversidade consegue viver: pássaros, rios, flores, água e todo ecossistema. Já os campos de eucalipto é UMA FLORESTA MORTA QUE MATA TUDO. Uma floresta não se planta, ela nasce e se reproduz naturalmente com a força da natureza, as aves espalham sementes de lugares a lugares, assim nascendo muitas outras florestas, numa forma simples e veementemente cultural. Os eucaliptos da Suzano Papel e Celulose representam o veneno e a guilhotina para centenas de comunidades rurais na Região do Baixo Parnaíba.
José Antonio Basto
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