A agricultura familiar que recebe
apenas 16% dos recursos federais anualmente por intermédio de um PRONAF ou
outros sistemas de créditos consegue sustentar mais de 65% dos alimentos que
vão para nossas mesas como: arroz, farinha, milho, frutas, verduras e vários
outros produtos que a natureza oferece. O agronegócio (eucalipto e soja) que
destrói e maltrata com seus modos de produção agressora venenosa ao meio
ambiente e que não supre de maneira alguma as demandas das comunidades
tradicionais... além de invadir as chapadas e matas destruindo as cabeceiras de
rios e áreas agricultáveis, atrasa as lutas pela aquisição da terra na Reforma
Agrária, estes projetos capitalistas de monocultivos recebem anualmente mais de
80% dos recursos federais para se manter. Poderia ser ao contrário? Sim. Nosso
município, no Território do Baixo Parnaíba Maranhense é grande produtor de
farinha de mandioca e outros gêneros da agricultura, sendo reconhecido em todo
Estado. Mas ainda precisamos avançar em algumas questões primordiais como a
regularização e arrecadação das terras devolutas do estado, acelerar os
processos fundiários no INCRA para fins de assentamentos, mapear as áreas de
CRÉDITO FUNDIÁRIO e assistência técnica. Este ano, os camponeses estão recebendo
do governo Estadual através da AGERP a distribuição democrática de sementes nos
STTRs. Mas é importante que cada trabalhador (a) rural no final da safra deste
ano, possa guardar suas sementes ceroulas (sementes tradicionais), pois essas
sementes não são prejudiciais ao meio ambiente e não contem elementos químicos
como essas que vem e passam por triagem e laboratórios. Os alimentos produzidos
em nossas roças em manejos tradicionais e AGRO-ECOLÓGICOS são mais ricos em
nutrientes e sabor, formando assim uma teia de agradecimentos e interatividade
entre nossa saúde e o meio ambiente onde vivemos e dele dependemos sempre.
José Antonio Basto
- Educador Popular (Educação do Campo – STTR -Urbano Santos-MA)
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