Há menos de trinta e cinco anos atrás, a
praga da monocultura (eucalipto e soja) não imperava nas terras rurais da
Região do Baixo Parnaíba Maranhense; muitos anos antes dessa tremenda invasão
capitalista e descontrolada as comunidades tradicionais já praticavam seus
modelos culturais na agricultura familiar, pesca, extrativismo e caça para suas
sobrevivências. A parti de então, no início da década de oitenta sofreram um
impacto ecológico e social, se deparando com mudanças drásticas que se perduram
até os dias de hoje, infelizmente muito complicadas para serem revestidas em
seus estados primários.
As terras devolutas do estado, por exemplo,
que em suas grande maioria ainda não passaram pelo processo de Reforma Agrária,
as comunidades organizadas através de associações de trabalhadores rurais vem implorando
para que o ITERMA faça o seu dever de vistoriar e arrecadar essas terras para
que assim os trabalhadores e trabalhadoras tenham uma minúscula parte de seus
direitos garantidos por lei. Entende-se em pormenores que a Reforma agrária seja a reorganização da estrutura fundiária com o
objetivo de promover a distribuição mais justa das terras, mas tanbém não é só
isso, pois territórios como o do Baixo Parnáiba do qual o presente texto se
refere -, essa região assim como muitas outras pelo Brasil se encontra em
situações extremas; se realmente fosse feita uma Reforma Agrária massica no
Baixo Parnaíba hoje, como prega o movimento social, era preciso estratégias
preliminares sabendo diferenciar os modelos de produção que geram economia
familiar. Primeiro que os poderes competentes para fazer acontecer a Reforma,
estes podemos dizer que nem se preocupam com tais questões considerapas por
eles como polêmicas e sem jeito, são interessados apenas pelo voto no periodo
eleitoral, depois que conseguem cadeiras nas representatividades lesgislativas e
executivas, esquecem dos compromissos e nada fazem para aqueles e aquelas que
vivem na miséria, desprovidos de direitos e políticas básicas como saúde,
educação e segurança pública. Nesse sentido os camponeses pecam porque deixam
de acreditar em pessoas de suas próprias comunidades que dividem a luta lado a
lado e então seguem orientações de estranhos e magnatas que nada tem haver com
a luta no campo; um ditado popular diz: “enquanto o pequeno não acreditar no
pequeno vai serdificil para se conquistar vitórias concretas”. As brigas
internas de trabalhadores com trabalhadores é uma das armas mais poderosas dos
latifundiários e grupos empresariais, quando as comunidades estão em conflitos
particulares entre sim, questões de familias e vizinhos, o grande proprietário
fica sorrindo, porque ao invez de estarem lutando na coletividade, as
organizações desgastam-se a cada momento em batalhas sem futuro. A luta deve
ser contra o sistema em defesa dos direitos para todos e todas e não para
suprir necessidades individuais. As organizações de trabalhadores como STTRs,
Colônias, Sindicatos de Pescadores e Sindicatos de Trabalhadores na Agricultura
Familiar são orgãos responsáveis para o fortalecimento da luta, mas não é isso
que se ver, em quase todos esses setores existem divergencias internas e pessoais,
brigas entre diretorias por salários e não pelo sentimento de liberdade e posse
da terra, além de sindicatos atrelados ao sistema. Esse enfraquecimento das
organizações tem contribuido para o vanço do agronegócio no país e pela
negatividade dos índices de títulos de terras tanto no INCRA quanto no ITERMA.
Aqui
no Baixo Parnaíba não tem sido diferente, já houve um tempo em que o fogo da
luta conduzia os trabalhadores, quando se fazia cosntantemente seminários,
formações e determinados encontros para debater esses assuntos, tudo isso foi
mudando porque alguns agentes que levavam as bandeiras de vanguardas na frente
cairam em propostas de prefeitos para serem secretários, outros aproveitaram o
movimento para se promoverem candidatos a vereadores, quando sentaram e
chegaram nas cadeiras e gabinetes não tiveram mais coragem de enfrentar o
inimigo e lutar por aqueles e aquelas que lhes botaram no conforto, até
prefeitos e vices – prefeitos foram promovidos e erguidos por via da grande
força das comunidades do Baixo Parnaíba; o pouco que fizeram foi vencido pelo
que deixarm de fazer: fazer valer as vozes dos oprimidos que nunca tiveram
dinheiro, mas alcançaram respeito, tiveram coragem e força de lutar por um
sonho romântico de um Baixo Parnaíba
renovado com seus recursos que foram roubados, isso talvez seja somente mesmo
um sonho romântico: pois a realidade de nossa Região do Baixo Parnaíba é
totalmente diferente do que se ler, se escreve e se pensa. Essa realidade é
enfrentada a cada dia para quem mora nos povoados e se depara com a prática e
não apenas com a teoria.
José
Antonio Basto
(98) 98607-6807
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