quarta-feira, 17 de março de 2010

Suzano inicia destruição ambiental no Maranhão

Foto: Fórum Carajás


A Empresa Suzano Papel e Celulose começa a se instalar no Baixo Parnaíba, no leste do Maranhão, e já atinge mais de 300 famílias de trabalhadores rurais da região.

De acordo com entidades que atuam no Fórum de Defesa do Baixo Parnaíba, a Comercial Agrícola Paineiras, empresa do Grupo Suzano Papel e Celulose, se intitula proprietária de mais de 84 mil hectares de terras no município de Santa Quitéria. Elas se concentram em uma região onde cerca de 300 famílias de agricultores vivem há quase um século. As entidades alertam ainda que 95% das famílias não possuem título de propriedade, e reivindicam que o governo do estado retome as terras devolutas que estão incorporadas ao patrimônio do Grupo Suzano.

A Suzano pretende, de início, desmatar 10 mil hectares para o plantio de eucalipto. O empreendimento necessita de licenciamento por parte do Ibama, mas a empresa, por sua vez, fez o pedido apenas à Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Nenhuma audiência pública foi realizada para debater o assunto, nem mesmo junto ao poder público. Enquanto isso, mais de 5 mil bacurizeiros já foram derrubados. A região é rica ainda em pequi, babaçu, buriti, culturas nativas que ajudam no sustento de uma população média de 10 mil famílias, distribuídas em cinco municípios.

Conflitos

O Baixo Parnaíba Maranhense está localizado no leste do estado e é banhado pelo Rio Parnaíba. Há muitos anos, conflitos de todas as ordens vêm acontecendo na região. As comunidades tentam mostrar que a terra não significa apenas a “terra-solo”, mas a “terra-mãe”: terra como direito a um modo de vida, a uma relação de solidariedade e irmandade com a natureza e os recursos naturais.

As entidades do Fórum denunciam que as famílias de agricultores sofrem constante humilhação, agressões e ameaças de morte por parte das empresas do agronegócio. "Se nada for feito, os trabalhadores rurais se 'desenraizarão' - assim como as árvores - para ceder lugar à soja, ao eucalipto e à cana".

www.mst.org.br

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