domingo, 23 de outubro de 2022

Me chame de qualquer coisa menos Bolsonaro

O melhor inteprete de Bob Marley, assim falou Frederico ou Federa, durante uma sessão de sinuca dele com Alan num bar simples de beira de avenida no caso a estrada da Vitoria que antes de ser uma avenida asfaltada desempenhara a função de estrada de ferro que trazia o trem de Teresina a São Luis. Nada a discordar da tese de Fedra, tudo a concordar. Falando de interpretes por que não pensar em Dalton Trevisan como o grande interprte da canalhice brasileira? E o que a intepretação de Gilberto Gil tem a ver com a interpretação de Dalton Trevisan? Aparentemente nada. O que liga as duas interpretações e o singelo fato de que resolvera escrever um conto onde figurasse o bar e o jogo de sinuca. Fazia um tempo que finalmente concluira que não tinha nenhuma aptidão para o jogo de sinuca, diferente dos amigos Federa e Alan e do rapaz que vendia as fichas do jogo e abria as garrafas de cerveja. O rapaz era filho do dono do bar e incumbia-se bem do manejo do taco. Notava-se o convencimento em cada movimento e em cada tacada. Ganhou várias partidas do Federa e do Alan. Para que não se sentisse o cara foda, começou se a sacanear com ele chamando – de Bolsonaro. Qualquer coisa “ei bolsonaro”. “Me chama de qualquer coisa, menos Bolsonaro”. No final, eles o chamaram para agradecer a gentileza de permitir que tocasse varias musicas de rock na caixa de som do bar. Com relação a ideia do conto, ela surgiu no momento em que um homem negro entrou no bar, pediu uma cerveja e ficou de costas para a entrada. A luz vinda da rua incidiu sobre ele. Tinha-se o cliente, os jogadores de sinuca e a estrada da Vitoria ao fundo.

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