terça-feira, 6 de agosto de 2024

Avenida Magalhães de Almeida

As ruas quase desertas. As casas remotamente abertas. Surpreende que alguém abra o portão e entre por uma casa inexplorada. Não surpreende que nada mais aconteça. A casa retorna ao seu estágio natural de portões de ferro, fechaduras e janelas trancadas. Quantos pedestres andam por esses corredores mar adentro com as mãos geladas? Algumas casas ruas e avenidas um dia foram mar um mar que não se ouve mais. A avenida Magalhães de Almeida com suas casas modernistas fez descer o mar que anteriormente subia com pés descalços. A avenida Magalhães de Almeida provoca lembranças de algo usado como os pães cheios vendidos no abrigo da praça João Lisboa e como as revistas expostas aos montes nas bancas largadas sobre a calçada. Bancas que não vendem mais nem revistas e nem ousadias. O modernismo da Magalhães de Almeida aguenta a duras penas o que veio a ser seu futuro irreconhecível e inglório.

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