sábado, 6 de janeiro de 2024

leste maranhense

Eles vindos de São Raimundo das Mangabeiras, Pastos Bons e São Domingos do Azeitão pernoitavam em Presidente Dutra e na espera pelo jantar ao anoitecer viam caminhões repletos de eucaliptos. De onde esses caminhões saíram e para onde se dirigiam? Certo que a sua carga atenderia a fábrica da Suzano em Imperatriz. Em que municípios ela plantara esses eucaliptos? A suspeita recaia em cima de Matões e Parnarama, bacia do rio Parnaíba. Investigava as atividades da Suzano em todo Maranhão e os conflitos da empresa com as comunidades quilombolas e tradicionais desses municípios foram divulgados pela internet. Vez ou outra dava vontade de ir ver os conflitos com os próprios olhos e sondava como chegar aos municípios. Tinha que descer em Caxias e de lá seguia em transporte alternativo. Outra comunidade próxima a Caxias que se informara na internet foi Jacarezinho, município de São João do soter. A informação revelava uma investigação do MPF com relação a tentativa de grilagem por parte da Suzano em cima da área da comunidade. Para quem não se recorda a Suzano planejava plantar milhares de eucaliptos em diversos municípios do centro leste que alimentariam a sua fábrica de celulose no Piauí. A empresa alardeava a compra de extensões de terra mas ao final das contas e das compras o que se viu mesmo foi grilagem terras que possibilitaram a investida dos plantadores de soja depois da desistência da Suzano em levar em frente deu projeto. Boa parte da pressão que os plantadores de soja exercem sobre territórios tradicionais no Maranhão acontecem em áreas que a Suzano ou afirmava que era dona ou arrendara. As áreas da comunidade quilombola de Tanque da Rodagem em Matões e Jacarezinho em São João do Soter exemplificam essa pressão que se vale da irresponsabilidade do estado em não cumprir o seu papel constitucional de regularizar os territórios tradicionais e quilombolas. Cabe a sociedade civil organizada cobrar do estado a responsabilidade pela inação. Quando os plantadores de soja ameaçaram tanque da rodagem de despejo a sociedade civil junto com os movimentos sociais e os moradores de tanque impediram que o despejo fosse consumado. Os plantadores de soja nunca encararam de frente o seu Edvaldo liderança de Jacarezinho, município de São João do Soter. Havia da sua parte liderança e responsabilidade até quando recebia alguém de fora mesmo um grileiro. O Fórum Carajás em sua primeira visita recebeu o convite para almoçar. A esposa do seu Edvaldo serviu carne assada para eles e o dono da casa comeu peixe das águas doces do quilombo. Carne assada parecia o melhor tratamento para as visitas mas Seu Edvaldo ao devorar os peixes com gosto dava uma inveja saudável.

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