sábado, 6 de janeiro de 2024

grandes conflitos

Nos intervalos dos graves conflitos sócio ambientais localizados no município de santa Quitéria, em que as comunidades do pólo coceira resistiam as tentativas de desmatamentos por parte da Suzano papel e celulose e de plantadores de soja, havia oportunidade para o desenrolar de bons diálogos de onde surgiam ideias para por fim aos conflitos e quem sabe ensejar a regularização fundiária dos territorios tradicionais como requeriam as comunidades as ONGs e os pesquisadores. A casa do seu Veríssimo, no povoado Coceira, costumava receber e aconchegar reuniões de e almoços para um monte de gente que podia ser de lá mesmo da comunidade ou podia ser de outros povoados e de outras cidades que vinham para discutir entre si e/ou com órgãos fundiários do governo do Maranhão a situação em que viviam. A família do seu Veríssimo possuía pequenas propriedades ou pequenas posses nos baixoes e nas chapadas onde plantavam soltavam seus animais onde colhiam bacuri e pequi e onde cortavam suas madeiras para construírem suas casas, suas cercas e suas casas de farinha. A condição material de Seu Veríssimo diferia um pouco da de outros moradores. A professora Maristela do curso de ciências sociais da UFMA ao escutar essa análise advogou a tese da aliança dos pequenos proprietários e dos posseiros como forma de derrotar a Suzano e os plantadores de soja. Incluiria nessa tese um outro ator: os pequenos comerciantes tanto os fixos como os motorizados. Um não vive sem o outro. Essa aliança favoreceu a derrota da Suzano e dos plantadores de soja e a regularização fundiária das chapadas de Santa Quitéria. Havia clara a percepção que se a Suzano desmatasse as chapadas e plantasse eucalipto diminuiria a produção da agricultura familiar e em consequência reduziria a circulação de recursos no comércio local. Foi uma aliança informal se bem que agricultura familiar proprietários e comerciantes se faziam presentes nas associações que são espaços formais de representação. A luta das comunidades contra a Suzano e contra os plantadores de soja soube combinar formalidade e informalidade produção de alimentos e preservação do meio ambiente.

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