sábado, 26 de março de 2022

Caja Umbú

Hospedaram se na casa de Francisca e Luís município de Caxias. Quase não chegavam. Choveu tanto mas foi tanto nas Chapadas de Buriti que estradas afundaram submersas por grandes quantidades de água e viraram lagoas. O carro que viajavam meteu a frente em uma dessas lagoas e ia ficando. Os plantadores de soja desmataram as Chapadas e a água escorre rápido. O normal era que a água infiltrasse sob a vegetação do cerrado. O que levava dias leva horas o que acarreta enchentes. De Buriti a Caxias o pau que rola e soja. Os plantios de soja sufocaram diversas Chapadas e diversas comunidades Quilombolas e tradicionais. Os plantadores de soja entram pelas portas dos fundos do agronegócio tradicional que pede falência e vende suas terras para os sojicultores. O grupo João Santos que plantava cana e bambu vendeu grande parte de suas propriedades em Buriti coelho neto e caxias para os sojicultores que graças aos licenciamentos ambientais ocultos da Sema devastaram as Chapadas desses municípios e impressaram as comunidades nós baixoes. O cerrado da região de Caxias e um híbrido. Uma colagem de fisionomias humanas vegetais e animais inigualável que se formaram por décadas e séculos. O avanço do agronegócio despedaça essas formações ocasionando a perda da biodiversidade e a perda do sabor das comidas e das palavras. O suco do cajá umbu que Francisca e Luís serviram no almoço e que nenhum dos de fora haviam provado antes

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