segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

a aparição do grupo joão santos em buriti

Previa-se o almoço para antes do meio-dia. A propriedade do Vicente de Paula sobre a chapada do povoado Carrancas acolhia moradores do Brejao, do Baixão, das Areias e do Araça.  O seu Ferreira, do Brejão, montava num moto guiada pelo seu filho recém-egresso do Mato Grosso.  O Baixão, onde construira sua casa, tomava-lhe bastante tempo e energia física. Recebera quatro caprinos, através de um projeto financiado pela Cese e administrado pela Amib. Ele iniciou o trabalho de cercar uma área com quatro bolas de arame e estacas de madeira da Chapada. Principalmente, candeia. Um projeto pequeno em volume de recurso, mas bastante útil para garantir a posse de sua terra. O seu Ferreira sofre pressão por parte da família introvini que quer força-lo a aceitar um acordo no qual ele e sua família se mudarão para outro povoado bem longe do Brejão. Outras famílias aceitaram o acordo. Só o Ferreira e uns parentes seus não aceitaram.
A família Introvini alega que a fazenda do Brejão lhe pertence e que pretende desmatar a Chapada a fim de plantar soja. Ela assinou um contrato com o grupo João Santos o antigo proprietário. Não se sabe o teor exato desse contrato. Imagina-se que o grupo João Santos repassou mais de dois mil hectares aos Introvini e que estes pagarão o repasse com as sucessivas safras que obtiverem. Concluiu-se dessa forma porque nas matriculas da terra disponilizadas pelo cartório de Buriti no começo de 2017 ainda consta o nome do grupo joão Santos como proprietário.

A matricula é a certidão de nascimento e a carteira de identidade de uma terra. A partir dessa lógica, constata-se que o histórico de compra e venda da fazenda Brejão se inicia nos anos 80 com a aparição do grupo João Santos. Nesse histórico só comparecem empresas do grupo João Santos. Quer dizer uma empresa do grupo vendeu para outra do mesmo grupo e por ai vai. Até onde se sabe a empresa não chegou a Buriti com as terras da Chapada do Brejão em suas mãos ou chegou? Nessa década ninguém era obrigado a comprovar a real propriedade de uma terra. Bastava um documento de compra e venda com algumas testemunhas e pronto. 
mayron régis

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