Após o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) anunciar um estudo de demarcação de terras em Pirapemas, a 186 Km de São Luís, uma família que vive no quilombo Aldeia Velha teve as plantações destruídas. O lavrador quilombola José da Cruz afirma que os fazendeiros ameaçam a vida dos quilombolas e destroem as plantações desde 2011.
De acordo com o quilombola, parte das terras dele pertence a uma área quilombola que ocupa a área de uma fazenda na cidade de Pirapemas. Por isso toda a sua roça queimada. Ele diz também que os fazendeiros tem tirado tudo o que eles têm.
“Estou me sentido um vivo-morto sem saber o que fazer da vida porque a gente não tem para onde ir por não ter condição de comprar uma casa em outro lugar... porque tudo da gente eles (fazendeiros) vem destruindo. É criação, é o trabalho... é tudo. O suor da gente eles vêm devorando”, denunciou o lavrador.
O líder quilombola do povoado Salgado, José Berlamino, informou que tem sofrido ameaças desde que reivindicou a regularização das terras junto ao INCRA. “Além da gente ser ameaçado de morte, a gente também não tem como trabalhar porque eu não ando para lugar nenhum, eu não trabalho sozinho”, declarou o quilombola.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, a reivindicação do terreno é um direito previsto em constituição, mas as famílias que vivem nesses quilombos são constantemente ameaçados por fazendeiros. A comissão anunciou que já solicitou à Secretaria de Segurança Pública do Maranhão e ao Ministério Público medidas protetivas para 240 famílias do quilombo Aldeia Velha.
Segundo Rafael Silva, advogado da Comissão Pastoral da Terra, as ações dos fazendeiros são reações a ações de demarcação de terras na região. “Os atos de violência contra as comunidades quilombolas la naquele local ocorrem a partir de 2011, quando a coletividade reivindica junto ao INCRA o trabalho para chegar até a titulação quilombola. Esses atos voltam esse ano exatamente porque o INCRA vai começar o trabalho dos estudos para delimitação territorial que vai levar a desapropriação da área e a titulação da comunidade como uma propriedade coletiva quilombola no local ", declarou Rafael Silva.
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