Ela cantava junto aos passarinhos, junto
ao céu azul... seu chão avermelhado clamava pela vida, o campo era denso, os
capins com suas lágrimas e orvalhos lutavam pelo bem de todo seu povo, de toda
sua biodiversidade. Ela lutava pelas comunidades que habitam seu espaço
territorial. Aquela chapada ficava nos confins do leste maranhense, no Baixo
Parnaíba, terra de conflitos e problemas socioambientais. Outrora sua realidade
era totalmente diferente, havia muitos animais por lá... pedras que jorravam
água em suas cabeceiras. O sonho não terminara, apesar da problemática da
monocultura que invadiu suas áreas de florestas e brejos; talvez a esperança possa
inundar o pensamento de otimismo sobre a calmaria de uma cabeceira de rio; uma nova
história será contada com as verdadeiras personagens desse teatro real, no
cenário dos desprovidos que batalham por direitos sociais. Os bacuris daquela
chapada reclamam até os dias de hoje, pois o mundo em que moram estar devastado
pela ganancia da monocultura. As comunidades agroextrativistas viajam pelo
cerrado, em seus afazeres na colheita dos frutos, em seus roçados, em suas caçadas
– a mãe natureza suprem as necessidades do bem comum de todos que acreditam e
lhes protegem, ali “Havia uma chapada
que lutava” na esperança de novos tempos.
José
Antonio Basto
e-mail: bastosandero65@gmail.com
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