segunda-feira, 4 de julho de 2016

Havia uma chapada que lutava



Ela cantava junto aos passarinhos, junto ao céu azul... seu chão avermelhado clamava pela vida, o campo era denso, os capins com suas lágrimas e orvalhos lutavam pelo bem de todo seu povo, de toda sua biodiversidade. Ela lutava pelas comunidades que habitam seu espaço territorial. Aquela chapada ficava nos confins do leste maranhense, no Baixo Parnaíba, terra de conflitos e problemas socioambientais. Outrora sua realidade era totalmente diferente, havia muitos animais por lá... pedras que jorravam água em suas cabeceiras. O sonho não terminara, apesar da problemática da monocultura que invadiu suas áreas de florestas e brejos; talvez a esperança possa inundar o pensamento de otimismo sobre a calmaria de uma cabeceira de rio; uma nova história será contada com as verdadeiras personagens desse teatro real, no cenário dos desprovidos que batalham por direitos sociais. Os bacuris daquela chapada reclamam até os dias de hoje, pois o mundo em que moram estar devastado pela ganancia da monocultura. As comunidades agroextrativistas viajam pelo cerrado, em seus afazeres na colheita dos frutos, em seus roçados, em suas caçadas – a mãe natureza suprem as necessidades do bem comum de todos que acreditam e lhes protegem, ali “Havia uma chapada que lutava” na esperança de novos tempos.

José Antonio Basto
e-mail: bastosandero65@gmail.com

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