Data: 3/3/2016
SÃO
LUÍS - Embora hoje o estado tenha caído da terceira para a quinta
posição na produção nacional de arroz, o grão ainda é um produto de
grande valor econômico e social devido seu relevante papel na dieta
maranhense e participação no PIB estadual. É o que revela o livro A
Cultura do Arroz, lançado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), durante Sessão Solene da Câmara dos Deputados.
Organizada
em quatro partes, a publicação traz inicialmente aspectos nutricionais e
alimentícios do cereal, com histórico, formas de consumo e o processo
de pós-colheita, passando por formas de industrialização e padrões de
comercialização. Numa etapa seguinte, destaca a produção realizada nos
diversos estados, abordando os sistemas típicos de plantio, a
potencialidade das áreas, produtividade e principais cultivares, pragas e
doenças, entre outros.
De acordo com a
publicação, apenas cinco estados - Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Tocantins, Maranhão e Mato Grosso - respondem por cerca de 85% do arroz
produzido no Brasil. O quinto levantamento da safra brasileira de grãos,
divulgado em fevereiro pela Conab, estimou que o estado colherá 428,7
mil toneladas de arroz este ano.
Resgate
histórico dessa cultura no Maranhão revela que foram "os açorianos quem
introduziram o arroz vermelho no estado, provavelmente entre 1619 a
1649, onde foi cultivado quase que exclusivamente até 1772, quando seu
cultivo foi proibido para forçar a produção do arroz branco. Este, por
sua vez, era conhecido como arroz de Carolina e seu plantio foi
incentivado para abastecer Portugal, que enfrentava problemas de déficit
de cereais".
O Maranhão começou a se destacar
na década de 1970, quando chegou a ser o primeiro produtor de arroz de
sequeiro - ou arroz de terras altas - no país, e o segundo produtor de
arroz no total, ocupando 20% das áreas de cultivo e participando com 18%
da produção nacional.
A partir da década de
1980, as áreas tradicionais de cultivo, localizadas nos vales dos rios,
passaram a ser ocupadas pela pecuária bovina, causando uma significativa
redução em área plantada e produção. Apesar da queda no cenário
nacional, o Maranhão manteve-se como primeiro produtor de arroz do
Nordeste, participando atualmente com 62,5% da produção regional.
Distribuição espacial
A
publicação da Conab informa que em relação à localização territorial, a
mesorregião centro-maranhense participa com 60% das principais áreas de
cultivo de arroz, representada por Arame, Barra do Corda, Grajaú e
Tuntum (microrregião do Alto Mearim e Grajaú), e pelos municípios de Bom
Jesus das Selvas e Santa Luzia (microrregião do Pindaré), além de
Caxias, Colinas, Mirador e Vargem Grande. Estes, por sua vez, respondem
por 24% da produção estadual de arroz.
Já a
atual cadeia produtiva é desenvolvida através de dois ecossistemas
propícios para a produção de arroz: várzea e terras altas. No
ecossistema de várzea, existe o sistema de cultivo com irrigação
controlada (arroz irrigado) e o cultivo sem irrigação controlada. No
primeiro, a cultura é irrigada por inundação contínua e controlada com a
formação e manutenção de lâmina de água até a maturação do arroz,
sistema adotado nos municípios de Arari, Viana e Vitória do Mearim,
localizados na Baixada Maranhense.
Quanto à
modalidade sem irrigação controlada (arroz de várzea úmida),
caracteriza-se pelo plantio do arroz em áreas de baixadas, nas quais as
chuvas e as enchentes dos rios ou afloramento natural do lençol freático
são as fontes de água para o desenvolvimento das plantas.
Com
relação ao arroz de terras altas, ou arroz de sequeiro, o mesmo é
caracterizado pelo plantio em áreas não alagadas, ficando à mercê de
boas condições pluviométricas para o perfeito desempenho dos estágios
fenológicos da cultura.
Mais
Abastecimento
-
Diante da relevância da produção do arroz no estado, é de grande
importância que se destaque o comportamento do consumidor quanto ao seu
elevado nível de exigência frente à qualidade inferior do produto
maranhense.
- Assim, como consequência desse
quadro, a qualidade do produto ganha cada vez mais destaque no
abastecimento interno, a partir de importações oriundas dos estados de
Goiás, Tocantins e Rio Grande do Sul, de produtos de melhor qualidade e
que atendam às exigências do consumidor maranhense, além das importações
provenientes do Mercosul (Argentina e Uruguai).
Fonte: O Estado do Maranhão - MA
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