quinta-feira, 10 de março de 2016

Arroz - Livro lançado pela Conab destaca a importância do arroz para a economia do Maranhão


Data: 3/3/2016


SÃO LUÍS - Embora hoje o estado tenha caído da terceira para a quinta posição na produção nacional de arroz, o grão ainda é um produto de grande valor econômico e social devido seu relevante papel na dieta maranhense e participação no PIB estadual. É o que revela o livro A Cultura do Arroz, lançado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), durante Sessão Solene da Câmara dos Deputados.
Organizada em quatro partes, a publicação traz inicialmente aspectos nutricionais e alimentícios do cereal, com histórico, formas de consumo e o processo de pós-colheita, passando por formas de industrialização e padrões de comercialização. Numa etapa seguinte, destaca a produção realizada nos diversos estados, abordando os sistemas típicos de plantio, a potencialidade das áreas, produtividade e principais cultivares, pragas e doenças, entre outros.

De acordo com a publicação, apenas cinco estados - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso - respondem por cerca de 85% do arroz produzido no Brasil. O quinto levantamento da safra brasileira de grãos, divulgado em fevereiro pela Conab, estimou que o estado colherá 428,7 mil toneladas de arroz este ano.

Resgate histórico dessa cultura no Maranhão revela que foram "os açorianos quem introduziram o arroz vermelho no estado, provavelmente entre 1619 a 1649, onde foi cultivado quase que exclusivamente até 1772, quando seu cultivo foi proibido para forçar a produção do arroz branco. Este, por sua vez, era conhecido como arroz de Carolina e seu plantio foi incentivado para abastecer Portugal, que enfrentava problemas de déficit de cereais".

O Maranhão começou a se destacar na década de 1970, quando chegou a ser o primeiro produtor de arroz de sequeiro - ou arroz de terras altas - no país, e o segundo produtor de arroz no total, ocupando 20% das áreas de cultivo e participando com 18% da produção nacional.

A partir da década de 1980, as áreas tradicionais de cultivo, localizadas nos vales dos rios, passaram a ser ocupadas pela pecuária bovina, causando uma significativa redução em área plantada e produção. Apesar da queda no cenário nacional, o Maranhão manteve-se como primeiro produtor de arroz do Nordeste, participando atualmente com 62,5% da produção regional.

Distribuição espacial

A publicação da Conab informa que em relação à localização territorial, a mesorregião centro-maranhense participa com 60% das principais áreas de cultivo de arroz, representada por Arame, Barra do Corda, Grajaú e Tuntum (microrregião do Alto Mearim e Grajaú), e pelos municípios de Bom Jesus das Selvas e Santa Luzia (microrregião do Pindaré), além de Caxias, Colinas, Mirador e Vargem Grande. Estes, por sua vez, respondem por 24% da produção estadual de arroz.

Já a atual cadeia produtiva é desenvolvida através de dois ecossistemas propícios para a produção de arroz: várzea e terras altas. No ecossistema de várzea, existe o sistema de cultivo com irrigação controlada (arroz irrigado) e o cultivo sem irrigação controlada. No primeiro, a cultura é irrigada por inundação contínua e controlada com a formação e manutenção de lâmina de água até a maturação do arroz, sistema adotado nos municípios de Arari, Viana e Vitória do Mearim, localizados na Baixada Maranhense.

Quanto à modalidade sem irrigação controlada (arroz de várzea úmida), caracteriza-se pelo plantio do arroz em áreas de baixadas, nas quais as chuvas e as enchentes dos rios ou afloramento natural do lençol freático são as fontes de água para o desenvolvimento das plantas.

Com relação ao arroz de terras altas, ou arroz de sequeiro, o mesmo é caracterizado pelo plantio em áreas não alagadas, ficando à mercê de boas condições pluviométricas para o perfeito desempenho dos estágios fenológicos da cultura.

Mais

Abastecimento

- Diante da relevância da produção do arroz no estado, é de grande importância que se destaque o comportamento do consumidor quanto ao seu elevado nível de exigência frente à qualidade inferior do produto maranhense.

- Assim, como consequência desse quadro, a qualidade do produto ganha cada vez mais destaque no abastecimento interno, a partir de importações oriundas dos estados de Goiás, Tocantins e Rio Grande do Sul, de produtos de melhor qualidade e que atendam às exigências do consumidor maranhense, além das importações provenientes do Mercosul (Argentina e Uruguai).

Fonte: O Estado do Maranhão - MA

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