Inconformados com o processo de regularização fundiária em que o INCRA define a área do Cruzeiro
como território Quilombola, um grupo de pessoas, liderado pelo Vereador Paulo
Miguel Farias, aproveitando-se de uma tragédia ocorrida no dia 16/02/2016 no
referido Quilombo, em que um trabalhador rural da região é assassinado,
promoveu o incêndio de casas dentro da área e quebra dos imóveis pertencentes às
lideranças do movimento quilombola.
Oportunidade em que também mataram todos os
cachorros e bois que estavam presos no local, bem como lançaram patos ao fogo,
queimaram todas as carroças e destruíram todas as roças ali existentes. Além
disso, espancaram algumas lideranças como João do Vale e Márcio, enquanto os
demais, por conta das ameaças de morte, estão impedidos de voltarem para suas
residências, encontrando-se escondidos em casas de parentes e amigos, como
forma de resguardarem a integridade física e a própria vida.
Aproximadamente 70 pessoas estão sendo prejudicadas
por referido grupo, sobretudo as lideranças que defendem o movimento negro na
região, a saber: Tereza, Santinho, Zé de Feliciana, Bozó,
Cipriano, Raimundo Silva, Zé de Torquato, Ziane, Márcio, João do Vale, Zeca de baixinho, Raimundo Nonato e
Ivo, este ultimo caçado pelo grupo que deseja sua morte e o penúltimo recolhido
ao cárcere por quase dois dias.
O quilombo agora se encontra em completo estado de abandono e destruição,
visto que os líderes, descritos acima, não podem regressar às suas casas ou se aproximarem
da área em contenda, sob pena de sofrerem retaliação. Desejam saber a proporção
dos danos sofridos, mas, para tanto, necessitam de escolta policial, a qual
ainda não lhes foi oferecida.
Além, é preciso acionar o PPDH, tendo em vista as
ameaças sofridas pelas lideranças quilombolas citadas, o mais urgente possível.
Diogo Cabral
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