domingo, 11 de abril de 2010

A Suzano e os vendedores de Chapada

A Suzano sabe como funcionam as coisas no Maranhão. Assim como Eike Batista recebeu de Eliezer Batista, seu pai, um mapa com as riquezas minerais existentes no subsolo do Brasil, o governo do estado do Maranhão em tempos não tão remotos abonou a Suzano com um mapa das terras públicas no Baixo Parnaíba. A comunidade de Bracinho deteve os tratores da empresa antes que entrasse em suas áreas de Chapada. Depois de uma denuncia apresentada pelo Fórum Carajás, a matriz da empresa ligou para o seu escritório e escatitou com os funcionários do tipo “nem conseguem desmatar uma área”. A política de responsabilidade social foi enviar a assistente social para distribuir presentes. No curso em Boa União, a comunidade de São Raimundo informou da sedução que a empresa exerce sobre parte dos moradores do Bracinho tentando convencê-los a vender parte da área e em troca dotariam a área de estrada. A associação impediu o negócio. Um gaúcho ofereceu R$150.000 e perguntou: “Vocês sabem qual é o tamanho dessa Chapada? São 4.000 hectares. Eu compro três mil e legalizo pra vocês mil hectares”. O olho gordo cresceu e parte da comunidade criou uma nova associação apenas para vender a terra. Aí os moradores vendem parte da Chapada e iriam coletar bacuri na parte dos outros moradores.

Mayron Régis

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