quinta-feira, 22 de abril de 2010

RIO PREGUIÇAS : URBANO SANTOS

Na porta da casa do seu Zé Curica, povoado de Mangabeirinha, município de Urbano Santos, a conversa versava sobre reuniões, projetos, publicações e agressões que chegaram a ele, a sua comunidade e ao rio Preguiças por meio de outros indivíduos e por meio de empresas. Um pouco menos de vinte anos atrás, a Paineiras aterrou um trecho onde o rio Preguiças se aconchegava como as pessoas se aconchegam na beira do rio na hora do banho.

As empresas de reflorestamento com eucalipto como a Paineiras, que recentemente se adestrou ao nome de Suzano Papel e Celulose, flagelizam os recursos hídricos como o rio Preguiças ao simplesmente recorrer à captação de suas águas para misturar com veneno que será aspergido nas suas áreas de reflorestamento. O seu Zé Curica citou casos de funcionários das terceirizadas que vergastam áreas próximas a Mangabeirinha e que apresentaram indícios de adoecimento pelo contato com os venenos e pela exposição aos raios solares. Até as mudas de eucalipto mirraram com o excessivo calor na região do Baixo Parnaiba.

O seu Zé Curica desposou uma senhora que se tornou parteira. Essa não é uma profissão fácil. Alguns nem acham que seja profissão. A Associação de Parteiras de Urbano Santos quer tirar isso a limpo ou quer se livrar dos preconceitos que cercam as parteiras. Ele se acantonara sobre o projeto “Cerrado que protege” com poucas informações, mas se destacaria de manhã cedo para acompanhar a reunião junto com sua esposa e as outras parteiras. Estas se despacharam de suas comunidades: Surrão, Cajazeiras, Baixa do Cocal e de Mucambo. Em Mangabeirinha, o rio Preguiças as adotaria em seus recantos assim como o Zé Curica e sua esposa as adotaram em sua casa.

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