domingo, 17 de novembro de 2024

visões do paraiso

Deu aquele estalo na cabeça lendo Visões do Paraíso de Sérgio Buarque de Holanda. Os brasileiros praticamente não sabem quem foi Pedro Álvares Cabral. Só sabem dizer que ele "descobriu" o Brasil. O cara vem ao Brasil saindo de sua rota para as Índias e inicia as relações comerciais Portugal-Brasil e nada se sabe dele. Os brasileiros preferem manter distância de qualquer assunto que seja realmente importante para sua história. Vejam o caso do Projeto Celmar da Vale que deu origem a fábrica da Suzano de produção de Celulose em Imperatriz. Provavelmente poucos sabem que nos anos 90 a Vale elaborou uma proposta de plantio de mais de 80 mil hectares de eucalipto e de construção de uma fábrica de celulose tudo na região de imperatriz. Não deu certo e o projeto de celulose virou um projeto de siderurgia. A região de Açailândia virou o paraíso perdido da indústria de ferro gusa. Com o tempo a Vale foi se saindo desse mercado e as áreas que ela comprou (grilou?) para o projeto Celmar arrendou para a Suzano papel e celulose nos anos 2010 iniciar seu projeto de uma fábrica de celulose para exportação. Uma dessas áreas arrendadas e a região da Viva Deus na estrada do arroz com mais de 12 mil hectares. Região rica em extrativismo de babaçu rica em agricultura famíliar e rica em benefícios climáticos mesmo com os desmatamentos que uns dizem chegaram a 50% de toda a área. Essa área se encontra em conflito envolvendo mais de 800 famílias que querem a desapropriação dos 12 mil hectares e a vale e a Suzano que desejam plantar eucalipto nela toda. A mais recente proposta feita pelo Incra e que as famílias desistam da área e procurem fazendas para que o incra possa desapropriar. Famílias que lutam pela terra há muitos anos de repente vem suas histórias deixadas de lado pelas conveniências entre Incra Vale e Suzano.

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