sexta-feira, 13 de novembro de 2020

A fotografia filosófica

A fotografia os impelia a se reunirem e a conversarem pelos cafés de São luis. Um deles, filosofo fotografo, estava a um passo a frente dos demais. Conduzia o olhar na (in)certeza de que aquela cena não se repetiria. Quis saber se a foto da sacada de um casarão ficara boa. Havia ficado. “Dá pra ver os pombos voando? Eu joguei pedra neles para voarem.” Não viu pombo algum na fotografia. Os amigos afirmavam que suas fotos só saiam boas porque ele fotografava em celular. Ele não era um desses amigos. Via no filosofo fotografo uma timidez de alguém pouco afeito a exposição. Os vendedores insistiam que comprassem seus produtos (bregueços) na Feira da Praia Grande. O filosofo fotografo (FF) teve um lampejo e perguntou ao vendedor se poderia fotografa-lo. Obteve um sim. Acabara de almoçar um cozidão e planejava se reunir com o jornalista fotografo (jf), o jornalista radialista (jr) e a historiadora fotografa no café da praça João Lisboa. Deu uma preguiça no jornalista escritor (je) que sugeriu ao amigo que fosse à frente porque iria em seguida. ‘Não. Posso te esperar.” A conversa do Mercado das Tulhas ao Café se concentrou nos casarões históricos e no fato de que a habitação social não garantiria a valorização desses casarões. Precisaria da habitação social e da implantação de pequenos negócios. E falando de negócios, o jornalista radialista disse para o filosofo fotografo “Diz para o jornalista escritor vender o latifúndio dele em Codó e daí a gente compra um casarão histórico na rua de Nazaré e implantar os nossos respectivos projetos.”

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