O som troava sobre a mata densa e
fria; cantava uma canção melancólica que ao longe se escutava o tinir do mato
seco no sinal dos ares. A chapada estava lá calma e magistral, sofrida com os
males que lhe maltrata, mas com a fonte que mata a sede dos povos e viventes. O
piado dos pássaros ajuda na orquestra que somente quem escreve e poetiza
consegue entender e interpretar a lira desses ventos que ecoam. Alegrias e
tristezas! Sonhava com um mundo melhor, alcançara seus objetivos na lagoa dos
tempos da incerteza.
O cerrado continuava resistindo
os desafios que lhe apresentam, que lhe impuseram há décadas. Era uma vez a
história de um bioma... Os mais antigos da terra. As águas descem sonolentas
“ninguém sabe nem de onde vem, nem pra onde vai”, algum tempo atrás essas águas
eram limpas, muitos peixes existiam ali, alimentava os viventes com espécies
que brincavam e se reproduziam vida afora! A natureza é o próprio canto
fraternal que se perpetua ao longo dos tempos. Muitos coisas, promessas e trabalhos
rondavam as veredas do velho sertão –, era uma terra de histórias... terra de
memória, muitas lutas e trajetórias.
O vento cantava para todas as
bandas - para o leste, sul e norte, reprimia os feitos e defeitos de outrora. A
grota era relevada para cima e para baixo nos lençóis do mundo numa época de
paz. As palmeiras cantavam em coro as letras de músicas nunca antes escritas
mas já gravadas. Há dias não ouvia-se o som do meio ambiente.
A chama da poeira pairava no
areal sombrio. O Viajante que narrava tudo em seu diário então aproveitava para
descansar sobre a sombra. Dali pela última vez o vento ensinava lições da vida
simples com sua breve canção.
José Antonio Basto
E-mail: bastosandero65@gmail.com
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