Segundo informações do advogado da FETAEMA, Sérgio Barros, 7.046
hectares, de um total de 8.600, da chamada Fazenda Imperial, que fica
às margens da BR-316, foram desapropriadas.
Em novembro de 2014, o INCRA, após cadastrar, deu posse à 156 famílias (258 podem ser assentadas na área).
Na semana passada estas famílias
passaram dois dias debaixo de muita pressão psicológica. Um grupo de
homens ‘gigantes’ apareceu no local mostrando um documento do INCRA que
devolvia a posse ao antigo dono (que pelo que explicou Antonio Barros do
STTR, até já faleceu e quem estaria na briga seria um arrendatário).
O problema, afirmou o advogado dos
lavradores, estaria no NÃO pagamento do que foi acertado entre quem
vendeu e o governo, via INCRA.
“Ela tá questionando hoje os valores das
indenizações, o pagamento foi feito correto, se não foi feito correto, o
que não é de interesse dos trabalhadores isso é uma briga entre
governo, Incra e empresa, com os trabalhadores o problema está
resolvido, a imissão na posse foi feita e daqui eles vão tocar a vida
deles em diante”, explicou o advogado
A Polícia Militar, sob o comando do
capitão Igor Vieira, foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Codó.
No local, não encontrou armas com os
‘gigantes’ que lá estavam, mas as famílias denunciaram que eles chegaram
a mostrar uma motosserra que seria usada na derrubada das casas caso
elas não fossem abandonadas até o meio dia da última sexta-feira.
Ao final da conversa, com a presença
ostensiva da PM, os homens foram embora em duas Hilux, e ficou acertado
que as famílias continuarão no local, terminarão a construção das
casas, plantarão e colherão, mas nenhuma outra entrará até que o impasse
seja resolvido pelo INCRA ou pela Justiça Federal.
Antonio Barros criticou a postura do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Esta semana vai
marcar uma reunião com a direção em São Luís.
“E hoje o INCRA o documento dá um
documento administrativo dizendo que a posse volta pra mão do dono e o
prejuízo desses companheiros onde é que fica, eles são assentados da
reforma agrária e as casas deles, onde é que fica, então nós vamos
marcar uma audiência com o INCRA nessa semana e vamos junto com CONTAG,
CCN, Aconeruq, vamos tentar da melhor forma possível tentar resolver o
problema desses companheiro”, disse continuando
“Nós temos muito mais de 300 linhas de
roça aqui dos companheiros, nós temos muito mais de 50 casas e vamos
continuar aqui dentro, vamos lutar na Justiça, nessa próxima semana nós
vamos tá marcando audiência com o INCRA PRA VER o que nós podemos
resolver a situação desses companheiros que tão aqui dentro da área”,
concluiu
Os lavradores também estão cobrando uma posição do órgão.
“A gente tem que saber a opinião do
INCRA porque a gente veio pra cá não foi como invasão, nós fomos
cadastrados e nós autorizados a vir pra cá, nós não vimos fazer invasão,
nós viemos com ordem”, disse José Francisco Sousa Filho
Maria Francisca da Silva, uma das mais valentes da área, disse que todos só querem o direito de morar e trabalhar
“O que a gente quer é só ter o direito
de trabalhar, um local pra gente poder criar as coisas da gente porque
na cidade a gente não pode fazer isso (…) então a gente tá querendo um
local pra gente criar os bichos da gente e trabalhar, plantar, tirar o
sustento, fazer roça, é isso que a gente quer”, argumentou a lavradora
em reportagem da TV Mirante
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