quarta-feira, 10 de abril de 2024

o suporte

O papel vem a ser o grande suporte da vida humana. Ele aceita tudo. Enverga qualquer peso, principalmente o peso da história. O arroz assim como o papel e um dos pilares da vida humana. O papel recebe a tinta, o arroz recebe o feijão a carne a farinha a farofa o ovo a banana o macarrão. A soja se tornou um suporte menos por sua historicidade e mais pelos investimentos pesados feitos pelo agronegócio pelos governos e pelos cientistas. Da para pensar que a soja veio de propósito para substituir o arroz. O açaí ou a juçara, como os maranhenses preferem falar como forma de se diferenciar do resto do mundo, suportou durante décadas a visão cheio de preconceitos de ser comida de pobre e ter gosto de terra. A verdade é que historicamente os pobres consumiam grandes quantidades durante parte do ano porque não havia outra coisa para comer e com relação ao gosto de terra: fazer o que? As raízes se alicerçam na terra. O açaí ou a juçara e um almoço como costumam dizer e como o arroz gosta de companhia. A farinha seca, a farinha dagua, o peixe, a carne, o camarão, cachaça, tudo comida e bebida que os pobres produziam e guardavam para consumir no ano ou em um dia no caso da cachaça. Tem gente que pergunta como é possível misturar cachaça com açaí ou juçara. Reza a lenda que para o açaí ou juçara não tem problema quando e consumido em primeiro lugar. Ocorrendo o contrário o negócio pega. E impressionante a capacidade do açaí ou juçara aceitar ser suporte de tantas culturas diversificadas de origem natural e industrial. O açaí ou a juçara absorve o leite ninho o leite condensado a granola o amendoim sem perder o gosto. Esse é um processo híbrido em que o açaí ou a juçara atua como espécie dominante. Também e um processo econômico com impactos significativos no social. A demanda cresceu violentamente nos últimos anos puxada pelo mercado interno brasileiro e pelo mercado internacional o que elevou os preços Pode esperar que futuramente o açaí ou a juçara faltem na mesa dos mais pobres.

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