quarta-feira, 10 de abril de 2024

o amigo filosofo fotografo

O amigo filosofo fotografo teve dois insights muito bons em todos anos das amizades dos dois. Saiu muito para almoçar no centro de São Luís e em um desses almoços sugeriu ao amigo que escrevesse artigos que pisassem o tema dos pratos típicos. Em todas as cidades do Maranhão, as pessoas cozinhavam um prato típico portanto havia material literário e gastronómico para um livro. A outra ideia foi a de ler vencidos e degenerados de nascimento Moraes o mulato de Aluísio Azevedo e tambores de São Luís de Josué de Montello como a trilogia da escravidão da literatura maranhense. Nenhuma das ideias foi adiante mas vira e mexe elas voltam a tona. Elas se afixaram no fundo da memória dos dois e esperam que um dia resolvam botar as mãos na massa. A ideia dos pratos típicos vem mais a sua feição pois intencionava escrever um livro com um pé na história. E o outro pé estaria na filosofia e no jornalismo. Todos os três campos de conhecimento derivam da linguagem. O ser humano não seria nada sem a linguagem. Bacuri significa fruta que cai. Esse é o nome dado pelos indígenas que circulavam pelas matas muito antes dos franceses e portugueses aportarem no litoral maranhense. Por que eles deram esse nome? Porque a polpa do bacuri tem o seu melhor sabor ao cair. Se for derrubada do pé pela ação humana, a polpa perde sabor e e capaz do bacurizeiro não botar frutos no ano seguinte. O município de santa Quitéria por muitas décadas era conhecido por Bacuri. Quase todas as chapadas se enriqueciam de bacuri. Essa noção de chapadas repletas cobertas infindáveis de bacurizeiros permaneceu por muito tempo no pensamento das pessoas de santa Quitéria mesmo as pessoas se mudando para longe onde era escasso o bacuri. Uma professora lembrou de uma viagem que fez pelas férias em sua infância e que uma das paradas fora nas cabeceiras do rio preguiças ( ou fora nas cabeceiras do rio Buriti?). Os únicos alimentos encontrados nesse povoado atendiam pelos nomes de bacuri e farinha. E que precisava quebrar a casca do fruto para ver, pegar e comer a polpa. Ainda não dava pra fazer suco pois a energia elétrica era uma quimera.

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