domingo, 11 de setembro de 2022

Baixada maranhense e leste Maranhense : Modos de vida e de produção

Comparando a região da baixada, caracterizada por grandes volumes de agua na superfiicie, com a região leste maranhense, caracterizada por grandes volumes de agua no seu subsolo, constata-se que a presença da agua na superficie em grande quantidade ou não é o que direciona as atividades economicas sociais das comunidades tradicionais e quilombolas do maranhão. Moradores do povoado Santa flor de bequimão conversavam no terraço do comercio de familaires enquanto o gado descansava em alguma sombra a beira da estrada. Dois deles se desafiavam e cruzavam chavelho ou cifre. Para a economia social desse povoado, o gado é mais um item entre tantos que compoe a economia domestica da população. Deve se admitir que o consumo da carne de gado se infiltrou de maneira expressiva na rotina domestica das pessoas nos ultimos anos. O que faz diferença para essa população, em determinados momentos, é uma traira seca ou jabiraca. A filha da dona da casa e do comercio trouxe um prato com peixe seco, nos finalmentes, e deu para o grupo se servir. Pensava-se que os mais velhos ficariam nas suas e dispensariam a iguaria. O que mais se viu foi justamente o contrario: um dos mais velhos se erguendo da cadeira e indo em direção ao prato com as trairas secas para pegar sua parte no botim. Um jornalista que fazia parte do grupo preferiu fazer politica ao telefone e não provou a oferenda. Os idosos devem se recordar do tempo em que em boa parte do maranhao o que havia para se comer provinha dos rios e lagos, principalmente na baixada maranhense, e como era dificil criar animais de medio e grande porte nos anos oitenta devido a crise economica. Na cabeça dessas pessoas, o fundamental para se manterem durante o dia é o peixe e a farinha. Essa constatação e bem diferente quando se pega o leste maranhense. Os rios do Cerrado nao sao piscosos e não há grandes reservatorios na superficie como acontece na baixada maranhense. O que implica dizer que as populações tradicionais dessa regiao não contam com grande oferta de peixe para se alimentarem e que elas tem que da um jeito de produzir para evitarem a fome. A criação de gado, porco, bode, frango e peixes de criatorio passa a ser uma necessidade inquestionavel para a economia dessas familias do leste maranhense. O problema é que para qualquer criação precisa de espaço fisico e formas de nutrir esses animais. As comunidades tradicionais vem perdendo espaço para o agronegocio como se ve na regiao entre chapadinha e codo onde o grupo Macedo de pecuaristas de presieente Dutra vem grilando e desmatando o babaçual do seu Antonio e sem area para plantar ele não tem alimentos para si e nem para as suas criações.

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