Viajaria pelas velhas trilhas e veredas dos antigos e
valentes guerreiros insurretos, por estreitos caminhos, subindo serra e
descendo ladeira – a comunidade era o “Bebedouro” – à margem esquerda do Rio
dos Pretos, município de Urbano Santos. O Baixo Parnaíba é um território
diferenciado que liga de norte a sul a chapada (cerrado) ao Oceano Atlântico –
de leste a oeste o Rio Parnaíba ao Portal dos Lençóis maranhense. O Viajante
trilhava pelas comunidades tradicionais da região –, aventurando-se, dirigindo,
cavalgando, pilotando e até a pé. O tempo estava seco – o sol escaldante, muito
fogo nas chapadas; a chuva suspendera o ciclo. As chapadas estão verdes e os
bacurizeiros floridos – sinal de uma boa safra mais na frente. Acampava-se o
“Viajante do Leste”, sobre as margens do Rio Preto e/ou “Rio dos Pretos”, assim
melhor chamado. Em algum lugar exatamente na fronteira de Urbano Santos com
Chapadinha. Terra donde seus irmãos Balaios possivelmente passaram em suas
empreitadas contra as tropas legalistas; próximo aos quilombos de Bom Sucesso
dos Pretos (Mata Roma) e Lagoa Amarela (Chapadinha). Décadas se passaram,
séculos... O registro ficara e a prosa também. A história testemunhara a
geografia, relações sociais e modos de vida deste povo, enxergados de longe a
cada momento em que se passa por dentro ou perto de suas palhoças. Seguia
caminho, rumo a um destino reservado de acontecimentos, experiências de
ensino-aprendizagem... Composição... Leitura... Vivências.
José Antonio Basto
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