Desde criança não os via, a
espécie estar em perigo de extinção, alguns pássaros já desapareceram da região
como o curió, primavera, guriatã, xexéu e muitos outros que eram comuns por
aqui. Na Comunidade “Olho D`água” – Urbano Santos, localizada às margens do Rio
Mocambo eles voam livremente – longe dos impactos ambientais causados em seus
habitats, cantam a procura de alimentos e brincam sobre as árvores numa acrobacia
incrível. Os “tucanos-vaqueiro” que assim são conhecidos no sertão vivem a
procura de lugares seguros junto às matas do rio – eles partem migrando em
bandos vindos de áreas que deram lugar à soja em Baixa Grande. Conversando com os
mais velhos do povoado, me diziam que antigamente existia bastante tucanos nas matas
e nos babaçuais da região, mas ultimamente os tucanos entraram na lista dos
animais em perigo de extinção.
Esses pássaros são protegidos por
lei, poucos sabem disso – outros nem sabem, ajudam no equilíbrio da natureza e
na existência da biodiversidade. Atravessaram as fronteiras das comunidades
escapando dos venenos do agronegócio... Dos impactos ambientais que tanto lhes
prejudicam. Cientificamente os “tucanos” são registrados como/por (Ramphastos toco), tradicionalmente no Maranhão a espécie mais
conhecida recebeu o nome de “tucanuçu” (grande), ou “tucano-vaqueiro”, como já
citado acima – razão pelo qual o animal faz um barulho imitando o “aboio de
vaqueiro”, este portanto sendo o maior dos tucanos, medindo mais ou menos 56
centímetros de comprimento e 540 gramas.
Os tucanos podem ser encontrados na Amazônia e
principalmente no cerrado brasileiro. Possui um enorme bico alaranjado (cerca
de 15 centímetros) com uma mancha preta na ponta. Sua plumagem é negra, com o
papo e o uropígio brancos, a área ao redor dos olhos laranja e as
pálpebras são azuis, vivem quase sempre em bandos e se alimentam de frutas do
cerrado, complementando a dieta com alguns insetos e pequenas presas.
As mudanças climáticas e impactos socioambientais
da monocultura do eucalipto e soja na Região do Baixo Parnaíba maranhense tem
alterado os comportamentos e modos de vida de muitos animais silvestres como as
várias famílias de pássaros que já não existem mais. Fenômeno esse que há mais
de três décadas tem contribuído com tantos outros problemas relacionado à
situação ecológica e agrária na região.
José Antonio Basto
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