Da pista apenas se enxerga alguns
tanques de peixes e um pivô irrigando 76 hectares de soja. A fazenda se vale
para suas atividades econômicas das águas do Riachao, tributário do rio Balsas
que por sua vez desagua no rio Parnaíba. A soja, pelas bandas de São Raimundo
das Mangabeiras, é um fenômeno antigo, por mais que sua área seja menor
comparada com a área de soja em Balsas. O município de São Raimundo das
Mangabeiras não é extenso e ainda apresenta características peculiares do ponto
de vista climático, do ponto de vista do solo, do ponto de vista social e do
ponto de vista ambiental. Foram três anos seguidos de chuvas escassas. O solo
não é adequado para o plantio de soja. Há muitos posseiros. E parte do território
do município engrossa o parque do Mirador. Ele é bem servido de água. Ele é
cortado pelos rios Itapecuru e Balsas. A piscicultura é um fenomeno recente. O senhor
Joao Silva e sua esposa Maria Jose Silva compraram uma propriedade de 12 hectares
em 2010 colada ao riachao : o Canto do Riachao. Nesse ano, eles sairam do Café Bom,
data Ipueiras, porque nesse povoado agua se rareava. A senhora Maria José
pescou muito peixe no Riachao nos primeiros anos em seguida a compra da terra. Nesses
sete anos muita coisa mudou e uma delas foi a construção de 200 tanques de piscicultura
na fazenda do senhor Celso. Quem antes pescava no e bebia do rio não pode mais
devido a presença de grande quantidade de resíduos da alimentação oferecida aos
peixes. Como o Celso Gaucho licenciou 200 tanques em menos de sete anos? Parecia
impossível. Não, não ea, respondeu irmão Francisco, membro do STTR de
Mangabeiras. O secretario de estado do Meio Ambiente não recebe as comunidades
impactadas pelos tanques, mas licencia fácil e rápido e nem precisa mandar
algum técnico para verificar in loco. Para beber, o senhor João Silva não se
utiliza do rio. Para esse fim cavou um poço. A água do rio serve para agua as plantas dos
canteiros. O Riachao antes transparecia o fundo. Nos seus piores dias, os dias
em que a fazenda bombeia agua o dia inteiro, o rio vira lama.
mayron regis
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