quarta-feira, 2 de março de 2011

Fundação Palmares reconhece comunidades do Baixo Parnaíba como território quilombola

Depois de 2 anos de luta pela titulação de terra, famílias das comunidades Barro Vermelho, Poço de Pedra e Prata dos Quirino em Chapadinha, receberam nesta quarta feira (23), no setor de regularização de terra para comunidades quilombolas do INCRA, a certidão de auto definição, emitida pela Fundação Palmares. A companheira Vanda Silva, líder da comunidade do Barro Vermelho, e sócia do STTR de Chapadinha, destacou a importante conquista. “Para mim é uma vitória, desde 1994 lutamos pelo direito daquelas terras, de lá para cá nunca paramos, pois acreditávamos que um dia teríamos o direito do que de fato é nosso”. Destacou Vanda Silva, líder da comunidade Barro Vermelho.



Vanda que esteve recebendo o documento nos relatou vários problemas que as comunidades vêm sofrendo, como: ameaça de despejo de fazendeiros que se dizem donos da terra, prisões de pessoas da comunidade que resistiram as intimidações dos latifundiários, casas queimadas, animais mortos, etc. Vanda, se emocionou ao falar de uma situação difícil, que uma dessas comunidades passou. Segundo ela, há três anos a única escola do Barro Vermelho, foi fechada por determinação da prefeitura, situação que tem obrigado as crianças andarem 16 km todos os dias até o colégio mais próximo no lugar chamado Baturité.



Por tantos anos de luta, de busca por um direito herdado, hoje (23), torna-se um dia especial para todos e todas do Barro Vermelho, Poço de Pedra e Prata dos Quirino. Uma data em que as mais de 100 famílias dos três povoados, podem planejar o futuro com mais tranqüilidade, pensar no resgate e valorização da cultura negra, continuar na busca por mais políticas públicas, saber que o que eles (as) plantarem na terra será colhido e não arrancado por jagunços, enfim, ter a esperança de que as futuras gerações colherão os frutos que a atual semeou.



Participação do MSTTR



O Movimento Sindical teve fundamental participação nesta conquista. Durante todos esses anos, o MSTTR foi uma das únicas portas de acesso dos quilombolas. A atual presidente de Chapadinha, companheira Dos Santos, nos informou que o sindicato por inúmeras vezes disponibilizou recursos para suprir necessidades com alimentação, transporte, hospedagem, e cedeu o auditório do STTR de Chapadinha para realização de palestras que fortalecessem a luta dos quilombolas no Baixo Parnaíba.


Por:  Barack Fernandes
http://www.fetaema.org.br/

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