quarta-feira, 27 de outubro de 2021

O inicio da noite na região dos Cocais

O inicio da noite se traduz por aquele momento em que as pessoas terminam seus afazeres pela rua e chegam em casa pedindo um bom banho e uma comida quente. A esposa do seu Edivaldo, presidente da associação quilombola de Jacarezinho, acabava de chegar da sua roça de mandioca. Um pouco depois dela chegar, parou um carro em frente a sua casa e uma das pessoas perguntou pelo seu esposo que rodava pela vizinhança. Os povoados que formam o território quilombola de Jacarezinho contabilizam menos de cem famílias que residem em seu interior cuja área corresponde a mais de cinco mil hectares de Cerrado, Floresta Amazonica, Caatinga e Babaçual. O seu Edivaldo escutou o barulho do carro e pensou que advogados dos plantadores de soja que admoestam a comunidade poderiam estar dentro dele e que vieram mais uma vez pressiona-lo para que a comunidade abrisse mão de seu território. Na verdade, dentro do carro não havia um advogado e sim um jornalista e uma psicóloga do Fórum Carajás, um assessor da diocese de Caxias e o motorista. Eles partiram de São Luis pela manhã bem cedo e o proposito da viagem era saber a quantas andava o conflito da comunidade com os grileiros e com os plantadores de soja. A ideia da viagem partira do jornalista do Fórum Carajás que por descuido não avisara o seu Edivaldo. O seu Edivaldo nascera e criara-se no quilombo do Jacarezinho e viveu os anos em que por muito pouco o quilombo quase se extinguira, resultado de muits pressões de fazendeiros da região de Caxias. Na fase adulta de sua vida, trabalhara com fotografia, atividade que abandonou porque ninguém queria mais fotografias do jeito tradicional. A Fotografia perdeu um fotografo e a comunidade ganhou uma liderança que enfrenta o agronegócio na região dos Cocais.

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