sábado, 12 de junho de 2021

Uma crônica sobre futebol e meio ambiente

Ãs Rodas de conversa quase sempre desembocam no assunto futebol. Fala-se muito de futebol no Brasil. Fala-se pelos cotovelos sobre futebol e fala-se por todos os viés possíveis. Futebol e politica e etc. Não se viu ainda relacionar futebol e meio ambiente nas rodas de conversa e muito menos em textos. Quem debateu ou escreveu futebol e meio ambiente no mesmo espaço físico favor comprovar com um áudio ou um texto. Na verdade, meio ambiente pouco comparece nas crônicas do dia-a-dia da cidade. E não precisa que seja uma crônica diretamente ligada ao tema. Que tal, uma crônica que reativasse a memória urbana sobre os espaços rurais onde crianças brincavam antes desses espaços virarem conjuntos habitacionais ou ocupações irregulares? Assuntos como meio ambiente se grudam na memória menos por construções físicas e mais por experiências individuais que se entrelaçam. Um grupo de adolescentes joga futebol num terreno baldio e anos mais tarde só um deles se prenderá a esse jogo lembrando os mínimos detalhes tanto do ambiente como dos outros jogadores. Engraçado, esse texto pode virar uma crônica que aborde indiretamente os temas futebol e meio ambiente. Em qualquer espaço social (rural ou urbano) do Maranhão pode se encontrar um campo de futebol bem ou mal cuidado. Não é só um espaço que inspire pratica desportiva como também é um espaço que inspira a convivência social. Os proprietários zelam esses espaços com o firme propósito de que as pessoas se agradem deles e retornem mais vezes. O que está em jogo para os proprietários e para seus clientes transcende o mero jogo de futebol e quem perde e quem ganha. Aliado ao jogo de futebol vem outros jogos. Entreter o publico no espaço físico requer mais do que futebol. Requer que se disponibilize diversão consumo e musica o tempo em que o publico se fizer presente naquele espaço. Iniciou-se esse texto com a ideia de juntar futebol e meio ambiente. O futebol veio e o meio ambiente ficou de fora por enquanto. Quando o assunto é desmatamento, uma das comparações que a imprensa se utiliza é foram desmatados não sei quantos campos de futebol. A família Introvini se engrandece como uma das maiores plantadoras de soja da região conhecida como Baixo Parnaiba maranhense. Esse engrandecimento, eles obtiveram graças aos inúmeros desmatamentos do Cerrado maranhense, principalmente, no município de Buriti. Pode se ver um desses últimos desmatamentos realizados pelos Introvini na Chapada do povoado Carrancas. Mais de cem hectares de Chapada que os moradores do povoado se valiam para coletar bacuri, pegar madeira e soltar seus animais foram desmatados para em pouco tempo virarem plantios de soja e os bacurizeiros virarem pranchas de madeira para os interessados. Destino miserável e trágico para tantos bacurizeiros que por muito tempo cresceram sobre aquele solo e que por muito tempo viram homens se alimentarem dos bacuris caídos ao chão. O futuro para a população de Buriti se encaminha para um grande plantio de soja e para pequenos campos de futebol nos povoados. Futebol e meio ambiente chegaram ao fim juntos nessa crônica desportiva.

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