sábado, 19 de dezembro de 2020

Urbanismo e discurso politico

O discurso politico é um discurso genérico e repetitivo. Não dá para pensar outra coisa ao escutar o prefeito Edivaldo Holanda em sua tarefa de inaugurar obras publicas recém concluídas. “O centro de São luis está ficando cada vez mais bonito...”, essa frase é o preambulo para que o prefeito discorra sobre a construção do largo em frente a igreja de São João. Nada a colocar empecilhos com relação a obra cuja área se destinava a estacionamento de carros e como declarou uma pesquisadora “os flanelinhas faltavam estacionar os carros dentro da igreja”. Afirmar que a cidade ficou mais bonita pelo simples ato de encher de cimento esse ou aquele outro trecho é uma outra historia. A obra devolveu um espaço que pertencia a igreja e que fora tomado pelo asfaltamento dessa intersecção da rua São João com a rua da Paz. Nada mais do que isso, pois quem em sã consciência vai defender que uma obra é bonita por se constituir só de cimento? Na historia de São Luis, houve inúmeros outros casos mais escabrosos de derrubada de construções historicas que deram lugar a construções modernas. E dessas construções/destruições pouco há registros. A igreja de Santaninha, construída a rua Santaninha, foi demolida nos anos 40 e em seu lugar surgiram casas, comércios e o prédio da Caixa Econômica Federal. Para o major Taborda, personagem principal do livro “Largo do Desterro” de Josue Montello, parecia inacreditável não encontrar a igreja de Santaninha onde ela deveria estar. Ele que morara tanto tempo fora de São Luis, ao retornar de Itapecuru na década de 40, espera rever a mesma cidade que deixara. Não a encontrou, pois as transformações urbanas e econômicas experimentadas no âmbito da modernidade capitalista aniquilaram as referências histórico-estéticas de toda uma geração. Infelizmente, a “grande” obra do largo da igreja de São João no governo Edivaldo Holanda não repõe a História em seu devido lugar.

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