segunda-feira, 31 de outubro de 2011

OS TENTÁCULOS DO GRUPO SUZANO

Embora tenha o apoio irrestrito do Governo do Maranhão para destruir o meio ambiente e expulsar milhares de famílias de posses centenárias, o grupo Suzano Papel e Celulose vem enfrentando a resistência de inúmeras instituições da sociedade civil organizada. Na região do Baixo Parnaíba, entidades como o Fórum Carajás, Movimento Sindical  Rural ,Comissão Pastoral da Terra, Fetaema, lutam em favor da defesa dos direitos e da dignidade de milhares de famílias, vitimas da opressão do perverso capitalismo do eucalipto, que promove desigualdades sociais no meio rural. Os tentáculos do Grupo Suzano avançam no Estado como uma epidemia destruidora.
aldir dantas

sábado, 29 de outubro de 2011

SEMINÁRIO DA BAIXADA ORIENTAL

O Polo Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Região da
Baixada Oriental Maranhense vai promover nos dias 08 e 09 de novembro,
um grande Seminário de Políticas Sociais e Política Agrária da
Fetaema. Será na sede do sindicato do município de Morros e terá como
centro das discussões, os problemas agrários e sociais que estão se
agravando na área do Munin.
www.fetaema.org.br

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Projeto Ijé Ofe para jovens quilombolas da Amazônia


 Acertaram o endereço em cheio. A rua dos Magistrados, bairro do Olho Dágua, município de São Luis, estado do Maranhão, recebe a oficina do projeto Ijé Ofé cujo debate se dará em torno de cultura, identidade e território. Quem responde pelo projeto Ijé ofé, projeto financiado pelo governo alemão, são organizações do Maranhão, Pará, Tocantins e Amapá. O que é o Ijé Ofé e quem são essas organizações? O Ijé Ofé é um projeto que visa o fortalecimento de jovens lideranças quilombolas da Amazônia Oriental e que prevê ao longo de quatro anos a realização de oficinas com temáticas das mais variadas, desde identidade quilombola, religiosidade de matriz africana, biodiversidade e agricultura.


As organizações responsáveis pela sua condução são o Fórum Carajás e o Aconeruq, pelo Maranhão; Cedenpa e Malungu, pelo Pará, o Imena, pelo Amapá, e a Apa-to, pelo Tocantins todos da Rede Faor. Os jovens presentes no centro dos Cambonianos são uma pequena amostra de um universo bem mais amplo do que a paisagem a beira do oceano Atlântico compõe para os traunsentes normais da praia. Os jovens vieram do Baixo Parnaiba, comunidades como a Barro Vermelho que o proprietário impede a entrada de luz e a construção de uma escola; vieram da região do Mearim que se defronta com o projetos de gás do Eike Batista;vieram de Itapecuru resistindo aos assédios da Vale; e vieram de Cajari com a sombra das ameaças de morte sobre as costas.


Contatos:
Ana Reis: 99445700-Fórum Carajás
Maria José: 99012465-Aconeruq
Fotos: Fórum Carajás
Por:Mayron Régis -Fórum Carajás
http://www.forumcarajas.org.br/

AS BOAS MANEIRAS DA SUZANO NO MARANHÃO

Por mais que a Suzano pose de boa samaritana ou de menina pura e inocente na vista do Conselho de Ética do Fórum da Amazônia Sustentável, caso as comunidades extrativistas do Baixo Parnaiba baixem a guarda, a empresa, através de suas terceirizadas, como a JS, a ACM e a KLN, passa o rodo pelas áreas de extrativismo sem nenhuma pena e sem nenhuma licença ou com licença de outra área que não tem nada a ver com a área que está desmatando. Para as comunidades extrativistas e quilombolas de que vale um projeto de inclusão digital ou uma biblioteca quando os tratores da Suzano dilaceram os bacurizeiros e os eucaliptos batem em suas portas? O projeto da Suzano para o Baixo Parnaiba maranhense e para o restante do Maranhão se consolida e congratula-se com a morte de um modo vida que a empresa se recusa a levar em consideração como um ator social e político. As licenças ambientais da Suzano no Baixo Parnaiba maranhense são todas irregulares. Nenhuma escapa. Como é possível que nenhuma escape?
Encontro Comunidades em Tabocas " Não a monocultura do eucalipto" -dizem as Comunidades do Baixo Parnaíba(Foto: Fórum Carajás)


Entre tantos casos, o caso da comunidade do Enxu poderia ser mais um. A área de Chapada da comunidade ponteia mais de quinze mil hectares e pelo que se sabe a empresa comprou duas posses de terra nessa Chapada. É importante relembrar que a empresa garantiu que não compra posse de terra. Posse não é igual a propriedade com documentação. Mesmo assim, a empresa quer desmatar sem explicar como duas posses se tornaram quinze mil hectares. A Suzano talvez se espelhe no milagre da multiplicação dos pães, mas em vez de pães multiplicar-se-ão os eucaliptos. A empresa diz que investe em programas sociais. Pode ser como também investe em um possível apoio ao atual prefeito para que ele derrube a lei que proíbe o desmatamento no município de São Bernardo.


Antecipando a ação das terceirizadas da Suzano, a comunidade do Enxu lançou um abaixo assinado pedindo o cancelamento de qualquer licença expedida com base nas irregularidades acima apontadas.

Em outra ponta, a Suzano estimula uma comunidade contra outra como acontece com a comunidade do Bebedouro que vendeu parte de sua Chapada para empresa e que agora sem nenhum palmo de terra entra na comunidade do Bracinho, município de Urbano Santos. Uma terceirizada tentou desmatar a área de Bracinho, só que a comunidade impediu. No auge do embate seguranças atiraram como forma de intimidar os moradores. E o senhor Demerval pretendia atropelar todos a sua frente. Se fosse pelo seu irmão Lourival o carro da Suzano atropelaria mesmo todo mundo.


Tão naturalmente como espalha seus plantios de eucalipto, a Suzano espalha seus formulários na comunidade de Cajueiro, município de São Luis, com a intenção de apagar da memória coletiva da comunidade a vida em torno da pesca. Os pesquisadores pesquisavam sobre os pescadores, sobre o que pescavam e como viviam da pesca, só que sem se apresentar como contratados pela Suzano. A face de pesquisadores disfarça a face de funcionários da empresa e assim os resultados obtidos pela pesquisa em vez de auxiliarem a luta da comunidade pelo seu modo de vida e pela criação da reserva extrativista do Tauá- mirim a desmotivaria e dessa forma a Suzano construiria sem maiores problemas o seu porto.

Por: Mayron Régis

sábado, 22 de outubro de 2011

Projeto de lei nº19/2002 - municipio de São bernardo

Dispõe sobre a proibição da dlei orgância evastação do meio ambiente para fabricação do carvão vegetal em escala industrial no municipio de São Bernardo estado do Maranhão e dá outras providências.



Art.1 - Fica proibido em todo o território do municipio de São Bernardo, estado do Maranhão, a devastação do meio ambiente para fabricação de carvão vegetal em escala industrial.


Art. 2 - o artigo anterior e suas implicações estão respaldados no artigo 225 da constituição federal, artigos 241 ao 250 da constituição do estado do Maranhão e artigos 170, 173 ao 175 da lei orgânica do municipio de São Bernardo.


Art. 3 - Os critérios e métodos de recuperação da vegetação nativa devastada e do meio ambiente degradado assim como as penalidades aos infratores desta lei serão definidos em regulamento próprio pelo poder executivo municipal.

são bernardo 07 de julho 2002
gilvan alves da silva
vereador são bernardo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

EM ENCONTRO COMA SUZANO, DEPUTADO MAGNO E PREFEITA DANÚBIA SE COLOCAM A DISPOSIÇÃO DA SUZANO PARA RECEBER A FÁBRICA DE PELLETS EM CHAPADINHA.

O deputado Magno Bacelar (PV) aproveitou a sessão de segunda-feira (17) para comunicar que teve encontro em São Paulo, ao lado Prefeita de Chapadinha, Danúbia Carneiro, com o grupo empresarial SUZANO, com a intenção de conhecer a proposta de um grande empreendimento empresarial a ser implantada no Baixo Parnaíba.
O parlamentar observou que a reunião teve a participação de André Dorf, presidente da Suzano Energia Renovável e demais diretores da empresa.
Magno Bacelar salientou ainda que a prefeita Danúbia colocou à disposição o município de Chapadinha para receber o empreendimento que virá para o Maranhão e agradeceu o esforço da governadora Roseana Sarney e da secretaria de Indústria e Comércio.
O parlamentar frisou que “a prefeita colocou o município à disposição para receber o empreendimento, que vai gerar dez mil empregos, dois mil diretos e dez mil indiretos, um investimento em torno mais ou menos de um bilhão de reais”.
O deputado informou que o grupo SUZANO, que atualmente tem sete mil sócios, escolheu a região por ter uma localização geográfica estratégica em proximidade com o Porto do Itaqui, além de terras apropriadas.
Magno Bacelar também destacou a infraestrutura oferecida pela cidade de Chapadinha, como um polo educacional, a Universidade Federal do Maranhão com os cursos de Agronomia, de Zootecnia, de Biologia, uma saúde bem estruturada, municipalizada, além de um de um aeroporto com a pista de 1300 metros asfaltada, e um setor hoteleiro bastante desenvolvido, características que, nas palavras do parlamentar, dotam a cidade de capacidade para receber o empreendimento.
O deputado também salientou que a futura fábrica será uma indústria pioneira no Brasil, onde serão produzidos “pellets” que serão exportados para a Europa. Didaticamente, o deputado observou que o eucalipto usado para a produção é diferente, com sua cultura efetivada de dois em dois anos, “é um plantio semelhante ao plantio de cana”. Observou. Para o deputado, o empreendimento resultará em grande desenvolvimento para a região do Baixo Parnaíba, que apresenta um dos menores níveis de IDH do estado.
Comentário: uma noticia se cerca de interesses. o deputado magno bacelar pretende vender uma área de chapada para a suzano colada a reserva extrativista da Chapada Limpa.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pré-Conferência do FAOR no Maranhão


Barreirinhas(MA), 22 e 23/10/11

Local: Sede da Colônia de Pescadores- Barreirinhas/MA

22 a 23 de outubro de 2011


Programação:
Dia 22/10/11(Sábado)
Manhã:
Boas vindas e apresentação (CDH-Barreirinhas, Colônia de Pescadores, FDVBP);

Exposição sobre a VI Conferência do Faor sobre Mudanças Climáticas (FAOR);

Mudanças Climáticas e a Amazônia: Mercado verde, REDD, compensações ambientais (Fórum Carajás);

A Mundaças Climaticas e a relação com a vida das mulheres quilombolas (Aconeruq);


Mulheres urbanas e reciclagem (COMTRABB);
Experiência comunitária rural no Cerrado sul Maranhão (Associação Camponesa-ACA)
Almoço

Tarde:
Mapeamento das experiências com práticas em mudanças climáticas(FAOR);
Espaço para debate sobre participação das entidades na VI Conferência /Coordenação Executiva / Estadual do FAOR/GT´s



Dia 23/10/11 (Domingo)


Manhã:
Reunião na Comunidade de Braço (microbacia do Rio Jacu)


Almoço na Comunidade


Tarde:



Retorno à São Luís/MA
www.forumcarajas.org.br

Seminário sobre "Direitos Humanos e Desenvolvimento"

Brasília(DF), 20 e 21/10/11


PROGRAMAÇÃO


20 DE OUTUBRO

Desenvolvimento e DhESCAs


MANHÃ


Objetivo: Construir uma leitura crítica e realista da crise do desenvolvimento a partir da análise dos seus limites econômico/financeiro; ambiental, ético e político.
10:00 Abertura e apresentação do seminário: COORDENAÇÃO (Plataforma Dhesca e

INESC)

10:15 MESA “Desenvolvimento e crise: o aspecto econômico, ambiental, ético e político do atual modelo brasileiro e internacional”


Debatedores:


Henri ACSELRAD - Professor da UFRJ
Representante do IPEA – Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada



11:40 Debate



12:40 Intervalo para Almoço


TARDE


Objetivo: Identificar, a partir de casos concretos de violações de direitos humanos identificados pelas Relatorias de Direitos Humanos da Plataforma Dhesca Brasil e outras organizações e coletivos, as principais questões, processos e estruturas que sustentam um processo de desenvolvimento excludente e predatório: grandes obras de infra-estrutura; mineração; usinas hidrelétricas; pagamento por serviços ambientais; agronegócio; monocultura; etanol etc.

Primeiro momento da tarde:


14:00 – 15:45 - Mesa: “Desenvolvimento, Direitos Humanos e a realidade brasileira:

identificando os principais mecanismos e processos de violação de direitos e exploração dos recursos naturais”



Metodologia


I – Exposição aberta dos/as Relatores/as Nacionais de Direitos Humanos identificando questões e desafios a partir da experiência das Relatorias.
Intervalo

Segundo momento da tarde:


16:00 – 18:00 - II - Grupos de trabalho ou discussão aberta em plenária sobre temas

específicos:

Mega-eventos e grandes projetos, mercantilizacão da natureza, REDD, Rio +20, COP 17, empresas transnacionais/nacionais, mecanismos de financiamento.

21 DE OUTUBRO


Construção de estratégias coletivas em busca de um desenvolvimento sustentável, inclusivo e promotor de direitos



MANHÃ


9:00 - Sistematização de mapa de questões - A partir dos desafios e questões levantadas no dia anterior, será apresentada uma sistematização e construído um mapa de questões relativas às problemáticas apresentadas.



10:30 - Mesa: Novos modelos e paradigmas de referência para enfrentar o atual modelo de desenvolvimento hegemônico.


Nomes:

1. Marijane Lisboa – Relatora do Direito Humano ao Meio Ambiente; Socióloga e Professora da PUC/SP


2. Sérgio Sauer – Relator do Direito Humano à Terra, Território e Alimentação; Sociólogo, Professor da UNB


TARDE


14:00 - Construção de estratégias e agenda política articulada entre redes, movimento e

organizações. Avançar em formas de incidências criativas e em novas metodologias de

intervenção (p. ex. judiciário).

Facilitação do momento: COORDENAÇÃO

www.dhescbrasil.org.br

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Leilão A-5: MPF entra com ação para impedir licitação de hidrelétricas do Parnaíba

Supostas irregularidades encontradas no estudo de viabilidade ambiental motivaram ação, segundo procuradores

Da Agência CanalEnergia, Meio Ambiente
19/10/2011
O Ministério Público Federal no Piauí  ajuizou na última terça-feira, 18 de outubro, ação civil pública para tentar impedir, por meio de liminar, a realização dos leilões das hidrelétricas do rio Parnaíba, em razão de supostas irregularidades e inconsistências encontradas nos estudos de viabilidade ambiental desses empreendimentos. A ação tramita na 2ª Vara da Justiça Federal do Piauí. O pedido de liminar recai especificamente no leilão das hidrelétricas de Cachoeira, Castelhano e Estreito, previsto para ocorrer no certame A-5 de 20 dezembro deste ano.
Para o MPF, o anúncio do leilão das hidrelétricas, especialmente a de Castelhano, que ainda não tem a sua licença ambiental prévia, demonstra de forma muito clara uma pressão política do Governo Federal, por meio do Ministério das Minas e Energia, para tentar obter o licenciamento ambiental desses empreendimentos. Em liminar, o procurador da República Marco Aurélio Adão, autor da ação, também requereu à Justiça Federal que impeça o início de qualquer obra relativa à construção das hidrelétricas Ribeiro Gonçalves, Uruçuí, Cachoeira, Estreito e Castelhano até a conclusão da ação civil pública ou realização de novos estudos e relatório de impacto ambiental completos que analisem e solucionem todos os vícios apontados pelo MPF na ação.
De acordo com técnicos da 4ª e 6ª Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF, em Brasília, os dados dos EIA/RIMA estão incompletos para avaliação das alternativas locacionais e arranjo espacial das hidrelétricas; o diagnóstico das áreas de influência e condições preexistentes do meio ambiente a ser afetado pelo projeto é insuficiente; há subestimação da população atingida, inclusive comunidades quilombolas, e ausência de construção de eclusas que garantam a navegabilidade do rio.
O procurador da República Marco Aurélio Adão entende que permitir a realização do leilão, com a adjudicação de empresas privadas, criará obrigações legais e econômicas para o Poder Público irreversíveis ou de difícil reparação no caso de anulação e/ou determinação de novos estudos ambientais ao final da ação.
A ação foi movida contra a União, a Agência Nacional de Energia Elétrica, Empresa de Pesquisa Energética, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis, Chesf, CNEC Projetos de Engenharia S/A, Construtura Queiroz Galvão S/A e Energimp S/A.
No julgamento do mérito, o MPF solicitou à Justiça Federal que sejam anuladas as licenças prévias nºs 384/2010 e 385/2010, concedidas para as hidrelétricas de Cachoeira e Estreito; que sejam invalidados, desde o início, os processos de licenciamento ambiental da UHE Ribeiro Gonçalves, da UHE Uruçuí, da UHE Cachoeira, da UHE Estreito, e da UHE Castelhano, ante os vício insanáveis apontados, que remontam ao início e à própria concepção dos projetos.
O MPF também requereu que seja determinado aos requeridos, na forma do artigo 21 da Lei 7.347/1985  c/c o artigo 84 da Lei 8.078/1990 , que se abstenham de licenciar hidrelétricas no rio Parnaíba ou de iniciar qualquer atividade relativa à construção de empreendimentos dessa espécie, sem contemplar, analisar e solucionar todos os aspectos referidos nesta ação e nos parecerese laudos técnicos constantes no inquérito civil público, como eclusas, discriminação da população e da área afetadas, correta aferição dos impactos ambientais, sob pena de multa de dez milhões de reais a serem revertidos ao fundo de que trata o art. 13 da Lei de Ação Civil Pública.

Programação de entrega de titulos de terras pelo Iterma

Associação dos Agricultores de Tabocas e dos Trabalhadores Rurais dos povoados Tiririca e Bebedouro, em Barreirinhas;
Associação dos Pequenos Agricultores do Mato Grande  e  Associação Comunitária dos Moradores do Cambute, Urbano Santos;e
AssociaçãoComunitária do Capão, Santa Quitéria.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Oitavo Congresso dos Trabalhadores Rurais do Baixo Parnaiba em Anapurus

Entre os dias 19 e 21 de outubro a cidade de Anapurus estará sediando o 8º Congresso de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Baixo Parnaíba.

Nesta edição, o evento tem como objetivo discutir políticas públicas e estratégias de enfrentamento aos problemas da região, a exemplo:

*Expansão da monocultura da soja e do eucalipto e seus impactos sócio-ambientais,
*Organização e o fortalecimento da estrutura sindical
*Superação da precariedade da educação do campo
*Organização da produção
*Busca pela garantia e ampliação dos direitos previdenciários

Mais do que um espaço de debate e proposições diante dos entraves da região para o seu desenvolvimento, o citado Congresso se constitui enquanto espaço de mobilização da categoria, de denúncia da exclusão e pobreza a que está submetida grande parcela dos trabalhadores (as) rurais do Baixo Parnaíba, sendo ainda um espaço de proposição de políticas públicas para o pleno exercício da cidadania de homens e mulheres do campo desta região do Estado do Maranhão.

Ao todo estarão presentes aproximadamente 500 trabalhadores e trabalhadoras rurais,
dirigentes sindicais, lideranças de base, representantes de entidades parceiras, dentre outros. 

www.fetaema.org.br

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

GRUPO SUZANO ESCLARECE AÇÕES COM O EUCALIPTO NO MARANHÃO PARA ALDIR DANTAS

  • Por um princípio ético e democrático, abro espaço na coluna para atender considerações do grupo Suzano Papel Celulose, diante de comentários que fizemos aqui sobre os avanços da monocultura do eucalipto no Maranhão. Bastante recheado de sofismas, que não retratam a verdade , mesmo assim atendemos a solicitação do grupo.
    A Suzano Papel e Celulose é uma empresa de base florestal, de capital aberto, com 87 anos de atuação no mercado e que opera nos segmentos de celulose e papel em mais de 80 países.
    Para a empresa,  a construção das bases para um crescimento sustentável vai além da manutenção da competitividade das suas  operações e dos bons resultados econômicos, envolve responsabilidade socioambiental e relacionamentos de qualidade – crença que  leva a Suzano a desenvolver programas de parcerias com as comunidades de sua convivência de forma a contribuir para a preservação das culturas locais, assim como  tem por diretriz o uso racional de recursos naturais e investimentos em tecnologia de ponta para minimizar o impacto de suas atividades e garantir a preservação e  equilíbrio ambiental.
    A Suzano reforça que cumpre rigorosamente as legislações aplicáveis, bem como as orientações da  SEMA no processo de Licenciamento Ambiental e que toda sua atividade épautada em acordo com estas licenças, visando a garantir a sustentabilidade de seu processo.
    Em todas as áreas com florestas plantadas que possui – Maranhão, Piauí, Tocantins, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e São Paulo – a empresa cumpre, e muitas vezes até supera, as determinações das legislações regionais quanto aos percentuais mínimos de mata nativa. Em muitos casos, depois de compras de áreas, a Suzano cuida de revegetação para que tais parâmetros legais sejam atingidos.
    Em relação aos projetos sociais que a Suzano está desenvolvendo no Maranhão e no Piauí, eles têm se caracterizado  por diferenciais únicos, especialmente quando comparados a outros do mesmo setor em execução em outros estados: a inovação tecnológica, a sensível geração de emprego, os plantios em mosaico, os trabalhos junto às comunidades, a qualificação e ampliação de fornecedores regionais, o desenvolvimento de atividades agropecuárias consorciadas, o sequestro de carbono gerado pelo crescimento da floresta plantada, entre outros.
    Como a Suzano Papel e Celulose sempre respeitou e preza muito o jornalismo sério e imparcial se coloca à disposição para esclarecer, o que for necessário, para manter a população bem informada.
    Como sempre estamos à sua disposição, através da nossa assessoria de imprensa ou da nossa área de Comunicação, através dos telefones:   99.3529-2415 e/ou 86.8121-5112.
    Márcia Rocha – Jornalista/DRT 1550
    Ícone Comunicação

     
  • Aldir Dantas 14:35 on 17 17Not Yet Supported outubro 17Not Yet Supported 2011 Permalink | Responder  

    A VERDADE SOBRE O SUZANO NO BAIXO PARNAÍBA 

    Como jornalista e membro atuante do contexto pastoral da Igreja Católica, estive por inúmeras vezes participando de reuniões com lideranças de nove municípios da região do Baixo Parnaíba , em que estavam presentes, a Comissão Pastoral da Terra, o Fórum Carajás, o Movimento Sindical Rural , o Territórios Livres do Baixo Parnaíba e outras entidades da sociedade civil organizada. Em nenhuma delas, apesar de convidado nenhum preposto do grupo Suzano Papel Celulose se fez presente para contestar as inúmeras acusações que pesam sobre a empresa. A monocultura do eucalipto apesar de ter avançado nos nove municípios, nunca proporcionou qualquer benefício às populações atingidas e até as inibiu para a agricultura familiar. O grupo é acusado de ter anexado terras devolutas aos seus mais de 70 mil hectares, de ter retirado centenas de famílias de posses centenárias, de produção de carvão para siderúrgicas, de ter derrubado babaçuais para ampliar o seu plantio de eucalipto e de destruir plantações de bacuri e piqui, frutos naturais do cerrado.
    A Igreja Católica e as várias entidades fizeram inúmeras denuncias ao Governo do Estado e ao Ministério Público Estadual. Se não foram apuradas lamentavelmente. O retrato da exclusão está bem vivo na região e constantemente alimenta informações com depoimentos dolorosos no Jornal do Fórum Carajás.
    Se realmente o grupo Suzano Papel Celulose preza o jornalismo sério, imparcial defensor do meio ambiente sustentável e dos direitos e da dignidade de homens, mulheres e crianças vítimas das desigualdades no meio rural, deveria repensar o seu juízo de valor e ter responsabilidade em suas ações no Maranhão, e deixar os sofismas exacerbados. A verdade, e infelizmente muitas reservas naturais do Maranhão estão sendo substituídas pelo eucalipto para atender a voracidade do capitalismo selvagem, que prioriza somente o lucro, pouco se importando com o ser humano, com o meio ambiente, a fauna e a flora.
     http://blog.oquartopoder.com/aldirdantas/
     

Fazendeiros queimam roças de quilombolas em Brejo

NA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA, DIA 14.10, FAZENDEIROS INCENDIARAM AS ROÇAS DOS QUILOMBOLAS DE ALTO BONITO, BREJO-MA. ESTE JÁ É O 5º ATO CRIMINOSO CONTRA A COMUNIDADE. SUA LIDERANÇA, RAIMUNDO TEREZO, SOFREU TENTATIVA DE HOMICÍDIO HÁ DOIS ANOS E CONTINUA AMEAÇADO DE MORTE PELOS FAZENDEIROS ANTONIO GOMES E RAIMUNDO FONTENELE, AMBOS DE BREJO!!!
Diogo Cabral, advogado CPT

Alto consumo de carne na Alemanha afeta ecossistema brasileiro, diz WWF

Segundo um estudo da ONG, grande parte da soja usada na alimentação dos animais criados para abate na Alemanha vem do Brasil, o que estaria incentivando o desmatamento da Amazônia e do cerrado.

 

A fome dos alemães por carne tem contribuído para o desmatamento da floresta Amazônica e do cerrado brasileiro. A conclusão faz parte do estudo intitulado "Carne devora terra", divulgado pela seção alemã da ONG WWF nesta quinta-feira (13/10) em Berlim.
Para atender à demanda anual de 60 quilos de carne per capita na Alemanha, é preciso plantar 1,6 milhão de hectares de soja – pouco mais de duas vezes e meia o tamanho do Distrito Federal.
A soja é um dos principais componentes na alimentação de porcos, frangos e bois criados na Alemanha para abate. E o país não dispõe de espaço – uma área equivalente ao tamanho da Áustria, segundo o levantamento – para produzir todo o grão consumido por estes animais. Por isso, o país importa 6,4 milhões de toneladas de derivados de soja.
O estudo adverte que o alto consumo de carne no país – conhecido pela enorme variedade de salsichas e pratos à base de carne suína – vem ameaçando os ecossistemas na América do Sul, especialmente no Brasil. Os alemães consomem quase o dobro da quantidade de carne recomendada pela Sociedade Alemã de Nutrição (DGE, sigla em alemão).
Alemães consomem 60 kg de carne por anoAlemães consomem 60 kg de carne por ano"Mais de três quartos da soja importada pela Alemanha vêm da América do Sul, onde a produção ameaça regiões ecológicas únicas, como o cerrado, com sua enorme variedade de espécies", afirma Tanja Dräger de Teran, da WWF alemã.
Soja sul-americana
O estudo revela ainda que entre 2008 e 2010 a União Europeia importou 35 milhões de toneladas de soja ou seus derivados – sendo 88% da importação líquida vindos da América do Sul, principalmente da Argentina e do Brasil. Para atender a esta demanda, segundo cálculos da ONG, foi necessário o plantio de soja em 13 milhões de hectares de solo sul-americano – sendo 6,4 milhões de hectares apenas em terras brasileiras.
Uma parte considerável da área cultivada com soja no Brasil e na Argentina é destinada à demanda europeia. Segundo o levantamento da WWF, entre 2008 e 2010, cerca de 30% dos 22 milhões de hectares de terras brasileiras cultivadas com o grão atenderam aos europeus.
"Dos mais de 6 milhões de toneladas de soja que a Alemanha importa ao ano, 79% são usados na alimentação de animais", ressalta Dräger de Teran.
Demanda crescente
Em todo o mundo, com exceção da África, vem aumentando a demanda por carne. Em quase 50 anos, a produção mundial quadruplicou: saltou de 70 milhões para 300 milhões de toneladas entre 1961 para 2009. Dräger de Teran destaca que, embora a carne não chegue a representar um quinto dos alimentos consumidos no mundo, a pecuária é hoje o maior ocupante de terras.
A soja é usada na alimentação de animais para abateA soja é usada na alimentação de animais para abate"O aumento da fome por carne no mundo tem um gosto amargo. Ele aumenta o aquecimento global e contribui para a extinção das espécies", alerta Dräger de Teran. Ela responsabiliza a pecuária pela emissão de até 18% de gases do efeito estufa.
Para reduzir os efeitos ecológicos negativos, a WWF sugere reduzir o consumo de carne e apela por uma maior preocupação com as condições de sua produção. Ela recomenda, por exemplo, optar por carnes com selo de orgânico e de animais criados soltos.
Para ampliar as discussões sobre o consumo de carne na Alemanha, a WWF iniciou na internet a campanha "A questão da carne". Usuários da rede são convidados a debater o assunto no Facebook e no Twitter, além de poderem participar de chats com especialistas.
Autora: Mariana Santos
Revisão: Roselaine Wandscheer
http://www.dw-world.de

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Safra de bacuri na reserva extrativista da Chapada Limpa

Segundo informações do Instituto Chico Mendes a produção de bacuri na reserva extrativista da Chapada Limpa em 2010 girou em torno de 80 mil a 100 mil frutos por comunidade. As comunidades que compõe a reserva são Santana, Juçaral e Chapada Limpa I e II, São Gabriel e da Pedra o que perfazeria de 480mil a 600 mil frutos o total colhido. Com esse número de frutos obter-se-ia de 20 a 24 toneladas de polpa de bacuri. Multiplicando por dez reais o quilo da polpa a produção da Chapada Limpa fecharia um valor entre R$200.000 e R$240.000 por safra.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Entre desenvolvimento local e desastre social


Maquete de uma unidade, da Tecbio, produtora de biodiesel em pequena escala

Na Amazônia quebradeiras de babaçu alertam: produção de biocombustível, que alimenta comunidades locais, está ameaçada por indústria do ferro-gusa
Por Mario Osava, em Envolverde/IPS
O biocombustível é a única fonte de energia alternativa que promove o desenvolvimento local, gerando emprego, conhecimento e tecnologia, mas também pode causar danos sociais. Este é o medo diante da exploração em escala industrial do babaçu, uma palmeira abundante no centro e norte do Brasil. Cerca de 400 mil mulheres e suas famílias dependem do babaçu (Orbignya phalerata martins) para sobreviver na faixa oriental da Amazônia e proximidades. Coletam os cocos desta palmeira para extrair amêndoas e produzem óleo, farinha, carvão e material para artesanato em pequenas quantidades, usando apenas as mãos e máquinas simples.
O Movimento Interestadual das Quebradoras de Coco Babaçu (MIQCB), que as reúne, alerta para um ameaça. Trata-se das indústrias de ferro-gusa (primeira fundição do minério) e de cerâmica, que usam o fruto da palmeira como carvão, em uma competição desigual que emprega simples catadores e catadoras mal remunerados, alertou Luciene Figueiredo. O fazem de forma inadequada, queimando o coco inteiro e desperdiçando sua amêndoa e sua polpa, já que contaminam o ar, criticou Luciene, assessora do MIQCB. O governo do Estado do Tocantins proibiu seu uso nas caldeiras, mas não nos outros três distritos onde o MIQCB atua, lamentou.
A queima da amêndoa oleaginosa gera acroleína, uma substância muito tóxica. Por isso, impede-se o uso de qualquer óleo vegetal como combustível para automotores antes de convertê-lo em biodiesel, embora seja operacional, explicou Marcelo Rodrigues, engenheiro químico da Tecbio, empresa de tecnologia para produção de biocombustíveis. A própria Tecbio é fonte de outras ameaças à economia extrativista do babaçu. Esta empresa com sede em Fortaleza, capital do Ceará, próxima à região de babaçuais, desenvolveu e procura vender um sistema de processamento industrial completo que substitui as tarefas das quebradoras de coco. Estas mulheres operam manualmente, batendo no coco – cuja casca é muito dura – com um pedaço de pau ou algo que sirva de martelo, contra um machado. Para tornar a operação menos perigosa, já foram criadas maquininhas, mas nenhuma foi aprovada pelas quebradoras.
O objetivo dessa tarefa é retirar as amêndoas, de três a cinco por coco, das quais se extrai o óleo, que serve para cozinhar e fazer sabão e cosméticos, deixando o farelo que é usado na alimentação animal. A polpa é rica em amido, por isso é consumida como farinha. A proposta da Tecbio, fundada pelo inventor do biodiesel no Brasil, Expedito Parente, é produzir etanol da polpa e para isso também desenvolveu uma fábrica que, segundo sua publicidade, produz 80 litros de etanol para cada tonelada de coco babaçu. Outra máquina da empresa faz briquetes (blocos sólidos) da casca, cuja compactação e formato aumentam o poder calorífico, segundo Marcelo. Há uma grande empresa interessada nesse substituto do carvão, acrescentou. Além de óleo, pode-se fazer biodiesel e bioquerosene para aviões, pela vantagem que tem de suportar o ar com pouco oxigênio nas alturas, acrescentou o engenheiro, ao participar da feira sobre energias renováveis All About Energy, que aconteceu em julho em Fortaleza.
As quebradoras de coco foram reconhecidas como uma das chamadas “populações tradicionais”, protegidas por uma série de legislações ambientais, juntamente com os seringueiros e pescadores. O governo brasileiro lhes assegura um preço mínimo para as amêndoas. Organizadas há 16 anos no MIQCB, que compreende associações cooperativas e grupos de trabalho, elas se dedicam basicamente a recolher cocos no campo e separar suas várias matérias-primas. Algumas centenas trabalham em 26 unidades onde são elaborados os produtos finais, como óleo e sabão. Este movimento luta pela preservação dos babaçuais ameaçados. A monocultura da soja já chegou ao sul do Estado do Maranhão e continua avançando. Também estão em expansão plantações de eucalipto para produção de carvão vegetal e celulose, que eliminam florestas nativas. O Maranhão tem uma legislação que proíbe cortar a palmeira, mas contém tantas exceções que acabou estimulando e não inibindo o desmatamento, afirmam ambientalistas.
Outra luta permanente das quebradoras de coco é recuperar o acesso livre aos babaçuais localizados em terras privadas e mantê-lo nas terras públicas desocupadas. A atividade tradicional destas mulheres se desenvolveu com liberdade no Maranhão até 1969, quando foi aprovada uma legislação que formalizou as propriedades rurais e fomentou a apropriação privada de áreas desocupadas, inclusive de forma irregular, com cercas que restringiram a circulação de pessoas. Desde então, o MIQCB conseguiu a promulgação de várias leis municipais que liberaram o acesso às quebradoras, inclusive em áreas particulares. Alguns Estados autorizaram legalmente o ingresso somente em terras públicas, deixando as privadas sujeitas à autorização de seus proprietários.
A meta é contar com uma lei nacional de livre acesso. Um projeto a esse respeito está em tramitação desde 2007 na Câmara dos Deputados, ainda sem perspectiva de votação, pelo menos no curto prazo. Mas agora o boom da bionergia pode mudar o quadro, com novos e poderosos atores disputando o babaçu. A demanda por biomassa energética cresce aceleradamente, disse Laércio Couto, professor aposentado de uma universidade estatal e agora consultor de grandes empresas. Europa e Japão estão assinando contratos de longo prazo para importar milhões de toneladas de biomassa compactada em pelotas para substituir combustíveis fósseis, ressaltou.
Uma grande empresa de celulose brasileira, por exemplo, está plantando eucaliptos no Maranhão para atender essas demandas, aproveitando sua experiência nessa monocultura para ampliar seus negócios ao campo energético, afirmou Laércio. Este acadêmico desenvolveu uma tecnologia para cultivo intensivo de eucalipto para atender esse crescente mercado de bioenergia. Diante da demanda por biomassa, uma empresa de melhoramento genético da cana-de-açúcar, em São Paulo, também procura desenvolver espécies que produzam mais fibras e menos sacarose, invertendo o esforço investigativo anterior.
É difícil fugir dessa febre energética. O babaçu é abundante em 185 mil quilômetros quadrados de quatro Estados, uma área equivalente a meio Japão, com maior concentração no sul do Maranhão, na transição entre o nordeste semiárido brasileiro e a Amazônia. Prolifera e se faz dominante em áreas desmatadas, porque se reproduz e cresce mais rapidamente onde não há nada para lhe fazer sombra. Dessa forma seu aproveitamento extrativo se aproxima ao da agricultura, distinguindo-se de outros que dependem de vegetação ou recursos dispersos, como a borracha natural na Amazônia. O desafio é incorporar as quebradoras de coco em uma exploração mecanizada e em escala crescente do babaçu, beneficiando-as com um salto de produtividade e ganhos. A lógica do negócio energético, entretanto, costuma ser diferente.
http://ponto.outraspalavras.net/2011/08/27/entre-desenvolvimento-local-desastre-social/

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Abaixo-assinado da comunidade do Enxu contra o projeto da Suzano


Nós, moradores do povoado Enxu, município de São Bernardo, Baixo Parnaiba maranhense, abaixo-assinados vimos por meio deste oficio solicitar aos órgãos competentes tanto nas esferas municipal e estadual como na esfera federal que neguem a Suzano Papel e Celulose qualquer autorização de uso e ocupação do solo e supressão de vegetação. A área que a Suzano pretende desmatar chega a quinze mil hectares de Cerrado em excelente estado de conservação e cuja área beneficia as comunidades do Enxu, São José, Baixa Grande, Santo Antônio do Magu e Cabeceira do Magu através do extrativismo do pequi e do bacuri e do corte de madeira para construção de suas casas. Sabe-se que os documentos que comprovariam a propriedade da terra por parte da Suzano provavelmente resultam de fraude cartorial como é o caso do repasse de uma posse de terra do senhor Bernardo Cardoso que a vendeu para um senhor chamado Manuca que por fim vendeu para a Suzano. Só que a posse consiste ao todo em 46 hectares. Como essa posse não foi objeto de partilha entre os filhos e eles nada assinaram essa venda foi ilícita. A legislação do município de São Bernardo proíbe o desmatamento de mata nativa com finalidade de plantio de monocultura como é o caso do plantio de eucalipto em larga escala. Por essas razões reafirmamos nosso pedido que qualquer pedido de licenciamento seja negado.

São Bernardo, 10 de outubro de 2011

Quilombolas são qualificados em Barreirinhas

Uma parceria entre Secretaria de Estado de Igualdade Racial (Seir) e Secretaria de Trabalho e Economia Solidária (Setres), promoveu a qualificação profissional de 17 representantes de quilombos em Barreirinhas. Os alunos participaram do Curso de Fabricação de Sabão, onde aprenderam as técnicas de venda e produção de detergente, amaciante, água sanitária, desinfetante, sabão em pasta e em pedra.

A solicitação do curso partiu dos próprios quilombolas, que encaminharam o pedido à Coordenação Municipal da Igualdade Racial em Barreirinhas (Cemir). Cumprindo a missão de promover políticas de promoção da igualdade racial no estado, a Seir articulou a realização do curso junto à Setres, que foi a responsável direta pela capacitação gratuita dos 17 participantes indicados pelas Associações Comunitárias dos Povoados de Santa Cruz, Baixinha e Marcelino.

O Curso de Fabricação de Sabão foi realizado em 38 dias, totalizando 176 horas/aula. O primeiro módulo trabalhou junto aos alunos as técnicas de venda, onde eles obtiveram conhecimentos administrativos e financeiros. Já o segundo módulo, com duração de 140h, foi o momento de desenvolver as habilidades específicas e por a mão na massa. Todo o material didático e de fabricação foi disponibilizado sem ônus aos alunos, que, ainda, receberam uniformes e alimentação.

O teste prático dos alunos aconteceu na 2ª Feira Territorial de Economia Solidária e Agricultura Familiar dos Lençóis Maranhenses/Munim, realizada no período de 15 a 17 de setembro. A turma fez a exposição dos produtos, que foram devidamente embalados e etiquetados com o nome “Sabão Basafro”. O lucro das vendas alcançou um total de 300 reais, quantia repartida entre os novos empreendedores.

Para 2012, a coordenadora de Igualdade Racial em Barreirinhas, Usmarete Oliveira Lisboa, afirmou que o Curso de Fabricação de Sabão será mantido, tendo ainda a introdução do Curso de Beneficiamento de Frutos Nativos Regionais. A qualificação também vai alcançar outros públicos. Além das comunidades quilombolas de Cantinho e Santo Antonio, serão disponibilizadas vagas para a comunidade indígena do Tapuio e para a comunidade dos ribeirinhos de Laranjeira.

www.ma.gov.br

Pescadores do Taim, Vila Cajueiro e Vila Maranhão oprimidos e abusados



A zona rural da ilha de São Luís é lugar de desmando tanto quanto qualquer terra do Maranhão. Numa visita às vilas do Taim,  Cajueiro e Vila Maranhão o que se vê são terras sendo muradas e expulsão de agricultores e pescadores de locais ocupados por eles há muitas décadas. E para surpresa maior verifica-se a “onipresença” do agronegócio e de tantas outras empresas que abusam do meio ambiente sem sequer ouvir um ralhar maneiro da justiça ou do poder público.
Mas o que esperar de um lugar onde as leis estabelecidas são meros ornamentos e o que vale é a lei do mais forte? Até parece que estamos nos confins do Pará, onde agricultores que defendem a terra são abatidos à bala. Não estamos; estamos no meio urbano de uma capital com um milhão de habitantes, mas o “projeto de desenvolvimento” é o mesmo.
O Taim tá sendo invadido e estaria sendo empurrado pra dentro do mar, caso o mar também não estivesse sendo anexado como propriedade particular das empresas do agronegócio, das commodities. A vila Maranhão, que amarga debaixo da poeira dos caminhões das jazidas de areia diminui e se assemelha cada vez mais a uma periferia urbana abandonada pelo poder público. O trânsito de caminhões carregados é tanto que a estrada, construída há pouco tempo, já sumiu no meio da buraqueira.
Na vila cajueiro, espremida entre Vila Maranhão e Taim (defronte da ilha de Tauá-mirim – aquela que uma candidata a prefeita já quis colocar linha de ônibus, sem nem saber que se tratava de outra ilha), a comunidade de pescadores se depara com a potência da Suzano Papel e Celulose que ali pretende se apoderar de um trecho da Baia de São Marcos para construir seu “porto próprio”. Não bastasse a draga e o contêiner que serve de escritório, a empresa de agronegócio distribuiu seus pesquisadores para bisbilhotar a vida dos pescadores. A desinformação é tanta (seria proposital?), que o pescador da comunidade Arlindo Silva acreditava se tratar de uma equipe do Ministério Público Federal. Na nossa curiosidade de jornalistas eu e o senhor Mayron Régis, acompanhados do líder comunitário Alberto Cantanhede Lopes, descobrimo s se tratar de uma pesquisa encomendada pela Suzano para a PLANAVE. Plena de perguntas capciosas cujas respostas comporão os famigerados relatórios onde “se prova” que a comunidade, não é rural, que os pescadores não são pescadores e que a pesca é inexistente.
A vila Cajueiro, comunidade de pescadores e agricultores tem problemas de sobra. Há cerca de um ano apareceu um dono de terras que simplesmente pôs um portão na Estrada das Arraias, interrompendo o tráfego de agricultores às suas roças e matas e inviabilizando o uso dos Portos das Arraias, Londres, Gama e Capoeira, sobrando apenas o Porto de Arapapaí, porque este tem um caminho alternativo. O Porto das Arraias é usado há mais de cem anos pelos pescadores da região.
              Enquanto as dragas aprofundam o mar, os tratores entopem as nascentes e os jagunços expulsam os agricultores e pescadores. O ministério público, o judiciário e o executivo escolhem qual dos processos será mexido, para fazer girar as engrenagens do sistema que mantém oprimidos os oprimidos e mais enriquecidos os exploradores. A região que contém essas comunidades está dentro de um projeto de criação de reserva extrativista que está parado no Ministério do Meio Ambiente há anos. Todos os rituais foram cumpridos para a criação da RESEX, mas um documento fundamental simplesmente sumiu do processo. A “Carta de não objeção” do Governo do Estado foi assinada pelo ex-governador Jackson Lago, e talvez tenha sumido da mesma como sumiu o mandato do ex-governador, ou sabe-se lá por que outro Poltergeist. A criação da RESEX de Tauá-Mirim é de g rande importância, uma vez que a área está cercada por grandes projetos como Vale e Alumar. Se não for criada em poucos anos a área se tornará um grande depositário de minério e suas lixeiras. Continuando assim a própria ilha de São Luís tende a virar uma ilha cinza.

Geraldo Iensen - Jornalista

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Documentário Aperreio no Globale Rio 2011 - Festival internacional de filmes sobre globalização

Olá amigos,


Aperreio foi selecionado para o Festival internacional de filmes sobre globalização. Globale Rio 2011.

Atualmente, o Globale acontece em três cidades alemãs, em Montevidéu (Uruguai), desde 2009, e em Varsóvia (polônia) desde 2010. O Rio de Janeiro terá sua primeira edição em novembro de 2011.

O Festival que não tem fins lucrativos, se propõe, através da organização e exibição de filmes de ficção e documentário, construir momentos de debate sobre temas relacionados aos processos de globalização.

Abraços,

Humberto Capucci

Café Cuxá Filmes


http://festivalglobalerio.blogspot.com/

“O BODE” DA SUZANO PAPEL E CELULOSE EM ENXU, BAIXO PARNAIBA MARANHENSE



As pessoas custam, mas voltam ao Enxu. Com essas palavras ditas em sua quitanda, no dia nove de outubro de 2011, Moacir, morador desse povoado de São Bernardo, Baixo Parnaiba maranhense, numa área limítrofe com o município de Santa Quitéria, recupera certa dualidade que os moradores de Enxu levam consigo para qualquer lugar que forem, até na volta para casa.
Uma dualidade bem representativa como a de um dos seus moradores que se ateve à Chapada e por lá se deparou com um caçador do município de Brejo. Quis saber o que o motivava a ir tão longe para caçar. O caçador respondeu que aquela Chapada ainda permitia caçar enquanto que nas Chapadas de Brejo havia poucas caças devido aos desmatamentos para os plantios de soja. E que ficara sabendo que queriam acabar com a Chapada do Enxu para plantar eucalipto. O morador se calou por toda aquela verdade que ouviu do desconhecido.
A Suzano Papel e Celulose começou a demarcar os picos para desmatar mais de quinze mil hectares de Chapada no município de São Bernardo. Diga-se de passagem que este município, desde 2005, proíbe a produção de carvão vegetal e os plantios de monocultura em seu território. A lei de autoria do ex-vereador Gilvan Alves periga que os vereadores da atual legislatura a derrubem por conta de um acordo do prefeito Coriolano e da Suzano Papel e Celulose para que esta financie a sua campanha em 2014.
Na primeira parte da quitanda de Moacir, no povoado do Enxu, averígua-se vários produtos industrializados que ultimamente abarrotam os comércios dos interiores, mesmo os mais miseráveis e mais distantes. A distância e a miséria descalçam tanto o cotidiano dessa comunidade e de tantas outras comunidades do Baixo Parnaiba maranhense que um “calçado” qualquer é festejado. E que “calçado” é esse? A responsabilidade social da Suzano Papel e Celulose que no começo da década levou uma biblioteca móvel e depois a removeu da comunidade do Enxu. Da mesma forma que a empresa não perguntou se os moradores queriam ou não queriam uma biblioteca, ninguém perguntou sobre o que eles achavam sobre a venda irregular da terra por parte de posseiros para a Suzano Papel e Celulose.
A empresa montou em cima da comunidade e continuou por cima da carne seca porque depois desse encontro em que levou a biblioteca móvel a Suzano se mandou para só dar as caras, recentemente, visto seu interesse em desmatar os quinze mil hectares da Chapada. Em tempos remotos, alguém descobriu a pólvora e com a pólvora as potências derrubaram muros e subjugaram povos indômitos. Em tempos recentes, alguém descobriu a responsabilidade social que a Suzano usou e usa muito bem para “amarrar seu bode” em todo o Maranhão.
“Amarrar um bode” denota que alguém quer distrair sua atenção com algo que diverge da sua realidade e quando cobram o que realmente significa aquilo a pessoa responde que o “bode”, ou a biblioteca móvel ou a escola digital  corresponde a toda uma conquista histórica da comunidade. Contudo, a comunidade do Enxu quer saber como a Suzano deteve quinze mil hectares de Chapada se uma das posses, que ela adquiriu da mão do senhor Manuca que adquirira do senhor Bernardo Cardoso, consistia em 26 hectares? Essa posse, na verdade, que ainda é da família do senhor Bernardo Cardoso em razão dos seus filhos não terem assinado nada, consiste em 43 hectares.
Mayron Régis, jornalista