segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Quando se e jovem

Quando se e jovem, o que menos se quer é algo que demande concentração. Concentração bastava a dispendida na escola. Queria gastar seu tempo com jogos de fliperama e revistas em quadrinho. Só que em determinado momento se anseia por mais nas artes do desperdicio de tempo. O tempo é ouro, assim o dizem, portanto queria experimentar as formulas quimicas do ouro e outros minerios. Não precisava ser um grande experimento que levasse tempo para assumir uma forma. Podia ser a literatura e ainda por cima podia ser a poesia. Setnia-se mais proximo da prosa se bem que ela exigia muita concentração. Escolheu a poesia e relegou a prosa ao canto. O que podia ser que melhor que a poesia? Na verdade ele queria se soltar mais e as palavras providenciariam isso. Começou a ler Rimbaud Baudelaire, Poe, Gregoorio de Matos, geração Beat e tantos outros. Notou que com o passar do tempo fugia de leituras rapidas e superficiais. O primerio grande livro que comprou foi Arte Moderna de Giulio Carlo, critico marcista de arte, que a companhia das letras publicou em 1994. Não era literatura. Era um misto de historia, filosofia e critica de arte. No mesmo ano, leu Viagem ao Fim da Noite do escritor frances Louis Ferdnand Celine. Esse sim literatura e uma baita literatura, uma prosa que ele não experimentara antes nem em sonho. Por essas leituras e tantas outras que viriam a seguir se concentrava mais nas leituras que fazia e nos textos que escrevia.

sábado, 29 de outubro de 2022

Independencia ou morte

O duocentenario da proclamação da independencia, pelo menos, possibilitou a publicação de um grande livro “O sequestro da independencia: uma historia da construção do mito de sete de setembro” escrito por Carlos Lima Junior Lilia Schwartz e Lucia Stumpf. Tambem em 2022 se omemora o centenario da semana de arte moderna de 1922 e um livro que analisa o modernismo do começo do seculo XX é o Modernidade em Preto e Branco de Rafael Cardoso. A proclamação da independencia em 1822 e a semana de arte moderna de 1922 não sao fatos isolados. Sucederem no estado de São Paulo depoe muito a respeito dos projetos da elite brasileira para o Brasil que no caso de 1822 ainda nao era um pais e no caso de 1922 era um pais que pouco sabia de si e de outros. Os dois eventos descortinam o quanto de inocencia ingenuidade e de apatia imperavam na vida social politica em um seculo e revela uma sociedade completamente desprovida de construções esteticas que dessem relevo a sua historia. A grande obra pictorica que emoldurara o sete de setembro só será pintada em 1888 pelo pintor Pedro Americo. Quer dizer o fato historico de maior relevancia da historia de um pais jovem só veio a ganhar uma representação bem estruturada do ponto de vista estetico depois de 60 anos. Quanto mais tempo um fato historico demora para ser representado mais o artista que o pintará terá que apelar para a fantasia e o sete de setembro de Pedro Americo em boa parte evidencia ser uma obra fantasiosa dentro de um esquema romantico realista. Por que Pedro de Alcantara, que ainda não era Dom Pedro I, resolveu proclamar a independencia do Brasil num trecho de sua viagem de São Paulo a Rio de Janeiro se ele podia esperar alguns e proclamar a independencia na sua chegada ao Rio junto com seu ministerio, sua familia e o povo brasileiro? Quem analisa a obra de Pedro Americo percebe e destaca a falta de povo ou melho dizendo aparece um caboclo guiando um carro de boi e um cavaleiro. Com relação a semana de arte moderna de 1922, o que muitos resslatam é o seu carater de independencia da produção intelectual e cultural brasileira com relação a produção intelectual de outros paises. Não há uma obra pictorica dos modernistas que abertamente declare a independencia . Abertamente não, pois a independencia seja ela politica ou estetica pode estar nos detalhes. A independencia promovida por artistas como Tarsila do Amaral está na escolha dos temas e as formas geometricas que ela pinta para representar esses temas. A pintura de Tarila do Amaral que melhor demonstra essa talvez seja A negra de 1923 na qual é representada uma mulher negra. Tomando por base as referencias esteticas de Tarsila, a Negra é uma fragmentação da realidade ou uma fragmentação da forma como se apreende a realidade. O que esta representado não é uma mulher negra ou uma imagem que se tem de uma mulher negra. O que está representado é uma mulher negra cuja imagem foi se esmaecendo na memoria de tarsila esse esmaecimento da imagem dessa negra se deve ao processo economico e social. Tarsila não quer evitar esse processo, ela quer sorve-lo e quer dar um outro tratamento antes que ele complete o seu trabalho de esmaecimento. Ao esmaecer aquela imagem deixa de ser memoria e vira historia Talvez a grande indpendencia proposta pelos modernistas mais do que a independencia das forma e do tema talvez seja a independencia da memoria com relação a historia

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O desespero de dona Maria, moradora de Mata de Legua

Nessa historia de viajar não era nada incomum que pusessem os pes em alguma comunidade antes de por os pes na sede do municipio. A verdade e que quando se fala em viajar para um municipio isso inevitavelmente leva a conclusão que a hospedagem se dará num hotel com o minimo de conforto e quase sempre essa oferta so acontece na zona urbana. Ainda tem se em mente uma zona rural completamente esquecida em termos de infraestrutura e em termos de sociabilidade. Quer se crer que o principal motivo de uma viagem não é o conforto e sim a necessidade de conhecer outras realidades, outros ambientes e outros grupos sociais. É facil estudar um livro de geografia ou de historia escrito por alguem que não se sabe quem é. O livro chega pronto e quem discordará do que tem lá escrito ? O dificil mesmo é o proprio individuo escrever sua historia e sua geografia em condiçoes de pobreza ou extrema pobreza como se verifica em inumera situações vividas por comunidades tradicionais e quilombolas na zona rural do Maranhão. “O que se vê não se via, o que crê não se cria...”(Medo, Titãs). Seu Antonio Carlos vive desde os cinco anos de idade num lugar conhecido por Mata de Legua que fica entre Chapadinha e Codó e comprou 150 hectares para si e para sua familia ja tem mais de duas decadas. “o senhor gosta mais de comer arroz ou farinha? Gosto tanto de um como de outro. Mas qual desses dois combina melhor com um peixe frito capturado no rio Guará? Ah claro que é a fainha”. Eles se referiam a um peixe (piaba ou piranha) que a sua esposa Dona Maria havia servido para duas pessoas que não comiam sarapatel de bode. Era ela quem pescava, era ela quem coletava o coco babaçu, era ela quem preparava o almoco e era ela quem brigava com o senhor Luis Macedo e com seu gerente que se apossaram de parte de seus 150 hectares. Num dia em que ela estava fora de casa o Luis Macedo craidor de gado e residente em Teresina chegou na sua casa e procuoru conversa com seu Antonio. “ cade os seus amigos da igreja? Quais são os nomes deles? Não sei. Pois fique sabendo que não tenho medo de padre e nem de pastor. E voce esta aqui sozinho.” O senhor Luis Macedo fazia perguntas a respeito de uma comissão que visitara a casa do seu Antonio e nessa comissão estavam representantes de ong’s e ex secretario de segurança publica do marahão que escutaram as denuncias de coação, intimidação e grilagem de terras. A conversa inciada pelo Luis Macedo foi uma forma de intimidar o seu Antonio atraves da palavra. Não precisa ser explicito. Basta dizer as palavras certas que vão remoer a pessoa. Por conta dessa situação toda, a dona Maria no auge do desespero gravou um audio e enviou pela internet. A noticia do audio caiu no ouvido do capataz que disse a dona Maria que o senhor Luis Macedo em geral er bom mas tambem sabia ser ruim. Outra ameaça. O que se sabe é que a familia do seu Antonio e de dona Maria está restrita a uma area bem menor do que aquela de seu direito

domingo, 23 de outubro de 2022

Me chame de qualquer coisa menos Bolsonaro

O melhor inteprete de Bob Marley, assim falou Frederico ou Federa, durante uma sessão de sinuca dele com Alan num bar simples de beira de avenida no caso a estrada da Vitoria que antes de ser uma avenida asfaltada desempenhara a função de estrada de ferro que trazia o trem de Teresina a São Luis. Nada a discordar da tese de Fedra, tudo a concordar. Falando de interpretes por que não pensar em Dalton Trevisan como o grande interprte da canalhice brasileira? E o que a intepretação de Gilberto Gil tem a ver com a interpretação de Dalton Trevisan? Aparentemente nada. O que liga as duas interpretações e o singelo fato de que resolvera escrever um conto onde figurasse o bar e o jogo de sinuca. Fazia um tempo que finalmente concluira que não tinha nenhuma aptidão para o jogo de sinuca, diferente dos amigos Federa e Alan e do rapaz que vendia as fichas do jogo e abria as garrafas de cerveja. O rapaz era filho do dono do bar e incumbia-se bem do manejo do taco. Notava-se o convencimento em cada movimento e em cada tacada. Ganhou várias partidas do Federa e do Alan. Para que não se sentisse o cara foda, começou se a sacanear com ele chamando – de Bolsonaro. Qualquer coisa “ei bolsonaro”. “Me chama de qualquer coisa, menos Bolsonaro”. No final, eles o chamaram para agradecer a gentileza de permitir que tocasse varias musicas de rock na caixa de som do bar. Com relação a ideia do conto, ela surgiu no momento em que um homem negro entrou no bar, pediu uma cerveja e ficou de costas para a entrada. A luz vinda da rua incidiu sobre ele. Tinha-se o cliente, os jogadores de sinuca e a estrada da Vitoria ao fundo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

O verme de Memorias Postumas de Brás Cubas

Não chega s ser algo extraordinario. Todo mundo passou por isso um dia. Por que ler determinado livro tão envelhecido que não diz nada as gerações mais novas? Por que ler Machado de Assis? Por que ler Raul Pompeia? Seria mais sabio propor aos jovens que lessem autores modernos do que propor que lessem essa velharia. Como qualquer forma de arte, a literatura precisa de um certo tempo para escolher os seus favoritos e esse tempo para os meros mortais nem sempre esta a disposição deles. A dedicatoria que Machado de Assis escreveu em Memorias Postumas de Bras Cubas foi destinada ao primeiro verme que roeu Bras Cubas. Nada mais fora do tempo humano do que um verme roer os restos mortais de um individuo. O que Machado de Assis quis dizer é que o verdadeiro reconhecimento requer um pouco de morte ou seja a verdadeira literatura so e reconhecida em seu valor real apos a morte de todo o entorno que motivou sua construção. Reconhecer que a literatura para permanecer viva depende da morte é contraditorio. Se Machado de Assis tivesse vivido muito mais do que viveu e escrito muito mais do que escreveu a recepção de sua obra seria a mesma? Provavelmente não porque a pessoa escreve, pinta, reflete sobre a realidade e etc porque quer evitar a morte ou quer evitar pensar na morte. E a sociedade só tera a dimensão concreta da sua obra a partir da sua morte porque nesse momento ela roerá os escritos em sentido digurado é claro para peneirar o que realmente importa ou não.

domingo, 16 de outubro de 2022

O aniversario de dona Rita

A idade de dona maria rita se aproximava dos setenta anos e seu aniversario no mes de outubro não poderia passar desapercebido. As filhas resolveram comemorar com um almoço na sua casa construida em cima da Chapada do povoado Carrancas, municipio de Buriti. Ao longo de quase treze anos, a dona Rita, esposa de Vicente de Paulo, pequeno proprietario de terras que resiste a pressão do agronegocio da soja faminto por novas areas de Cerrado para derrubar e plantar a monocultura, sempre recebeu bem as visitas e adotou uns dois que vinham a sua casa para jantar e dormir nas redes que Vicente estendia no meio da sala e nos quartos. Ulm desses filhos adotivos era o agronoomo Edmilson Pinheiro, super secretario do municipio de Bequimão e colaborador do Forum Carajas, que começou a andar por Carrancas em 2014/2015 assessorando o jornalista Mayron Régis, na epoca assssor do Forum Carajas. Edmilson com a cara de bom moço que possuia conquistou Dona Rita que perguntava assim que não o via no carro “Seu Edmilson não veio?”. Não só Dona Rita, o Vicente de Paulo e os demais membros da familia recebiam muito bem as visitas que vinham de São Luis, Bhia, Espirito Santo, São Paulo, \holanda, Alemanha e etc. Como eles viviam ameaçados pela familia Introvini e seus capangas, essas visitas de representantes de ONGs, movimetnos sociais, igreja catolica contribuiam para fortifica-los. O convite para o almoço do aniversario de Dona Rita era irrecusavel portanto se confirmou a presença. No dia seguinte a chegada, o Vicente de Paulo comentou que o Alberto, que igual a ele possuia uma area de 150 hectares entre Chapada e Baixão a beira do rio Preto, desejava que o Forum Carajas assessorasse ele na area de meio ambiente e produção como fizera com a familia do Divino e Francisca, a qual ele destinara cinco hectares para construirem uma casa e criarem seus animais, e com o proprio Vicente. A noticia que o Alberto gostaria do apoio do Forum Carajas causou uma imediata surpresa porque de uma outra propsota da instituição ele se mostrara desconfiado quanto as reais intenções. Ficou de responder se queria ou não o apoio e nunca respondera. Pois depois de dois anos, ele viu que a coisa era seria mudou de ideia. Melhor para ele.

sábado, 15 de outubro de 2022

Nina Rodrigues e a mandioca

Nina Rodrigues, antropologo e medico legista, considerou a possibilidade de pesquisar a cultura da mandioca no Maranhão, seu estado natal. A elite maranhense, uma formulação generica que pouco revela, não gostou nenhum pouco de tal ideia e escorraçou Nina Rodrigues do Maranhão, afinal a mandioca era uma comida de pobre e a elite maranhense do começo do seculo XX educava seus filhos como se fossem europeus ricos e não descendentes de indigenas e negros. Onde ja se viu querer denegrir a imagem do Maranhão? Caso nina rodrigues tivesse pesquisado a cultura da Mandioca onde ele teria chegado? Com certeza, onde a elite talvez não quisesse que ele chegasse. A elite maranhense não queria se expor e não queria que expusessem a verdade que ela continuadamente escondia em seus casarões e suas fazendas pelo minterior do estado, onde viviam as pessoas que consumiam a farinha de mandioca. Era o que havia para elas comerem acompanhada de algo que podia ser carne ou podia não ser nada ou quase nada. quase nada que pode ser uma xicara de café. Quantas familias maranhenses iniciam o dia com uma vasilha de farinha e uma garrafa de café sobre a mesa uma combinação que elas imaginam dará conta das suas necessidades diárias de nutrição? Impediu-se que Nina Rodrigues realizasse sua pesquisa naquele tempo, embora ninguem seja dono de nada por muito tempo e embora ninguem seja dono do tempo. Em qualquer situação e a quaquer tempo, faz-se pesquisa. O senhor Joao Fernandes, morador do quilombo Cuba, convidou um pessoal de São Luis que acabara de conhecer para almoçar em sua casa. O almoço se detinha em tres pratos principais: os peixes pescados no rio Pindaré, arroz e a farinha seca. Bem possivel que com o declinio da cultura do arroz no Maranhão o arroz servido fosse industrializado. A farinha provinha da comunidade e passado um ano desse almoço resta evidente o quanto comer peixe de pequeno porte pescado nos rios ou lagoas maranhenses complementa o consumo de farinha. Se não fosse o consumo de peixe associado ao consumo de farinha, as comunidades da zona rural do maranhão estariam em piores condições do que elas se encontram quando o assunto é segurança alimen tar.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Megalomania e barbarie no agronegocio da soja

Nos erguemos Balsas e se quisermos podemos deruba-la. Essa frase megalomana de um plantador de soja do municipio de Balsas, sul do Maranhão, comparece junto com outras tantas frases grosseiras numa serie de audios de zap em que ele indignado ataca o povo de Balsas por ter dado a vitoria no primeiro turno ao candidato do PT Luis Inacio Lula da Silva que disputa a presiencia da republica com o atual mandatario. O pano de fundo das agressões a população de Balsas foi a vitoria de Lula, mas as agressões partiram da parte desse plantador de soja em primeiro lugar em razão da declaração do voto de um colaborador de uma empresa de agronegocio. Este colaborador declarou seu voto em Lula o que levou a um grupo de empresarios do agronegocio da soja pedir a sua demissão o que a empresa atendeu alegando ser uma empresa desbravadora e que defende um pensamento de direita. Os plantadores de soja cometeram crimes das mais variadas especies e a empresa cometeu crime ao demitir o colaborador por declarar seu voto em Lula. Os crimes estão previstos em lei e cabe ao ministerio publico do trabalho investigar e dencunciar os envolvidos. E quanto ao crime de megalamonia cometido pelo plantador de soja ? A megalomania desse plantador de soja de tão indecente chega perto da megalomania de Nero, imperador romano, que ordenou o incendio de Roma e que esse incendio seria sua grande obra. Afora a sua megalomania que é uma caracteristica de pessoas mediocres, o plantador de soja expõe a barbarie que é hisorica e tipica do agronegocio brasileiro que agredi qualquer um que se atreva a contesta-lo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

O ritmo do café

Beber agua varias vezes ao dia. Virou um habito. A preocupação com o se hidratar veio recente. No auge da juventude, especiliazara-se em tomar cafe o tempo todo. Continuava desse jeito; so incluira entre um cafe e outro um copo de agua. O cafe se tornara uma exelente companhia nas horas de trabalho. Permanecer acordado altas horas requeria muita resistencia e o cafe ajudava. Não importava onde, pedia um cafe, uma folha de papel e uma caneta para desenhar letras de uma ponta a outra da folha do caderno. Percebera que o cafe o estimulava com a escrita e com a ordenação das ideias. Se sentia muito grato ao café e as pessoas que atendiam o seu pedido. “Se o senhor puder espere, faço um café rapidinho”, inumeras vezes escutara essa frase de Dona Rita, esposa de Vicente de Paulo. É claro que ele esperaria. Enquanto dona Rita fervia o café, ele solicitava uma folha e uma caneta ao rei Arthur neto de donta Rita que prontamnte atendia o pedido e trazia o material. Começava a escrever e notava que o rei Arthur nparava alguns minutos a sua frente e investigava sua feição tentando desvendar o que tanto escrevia. Sentia-se compromissado com aquele garoto que vira com alguns meses de idade gordinho e mexendo numa melancia na sala de estar da sua avó. Rei Arthur crescera desinteressado pelos estudos porem aquele ar de investigação que assumia sobre o que escrevia despertava a suspeita que o garoto desejava algo a mais para si.

domingo, 9 de outubro de 2022

Da lama ao caos e o capital de marx

Esse tipo de muisca traz ensinamento. Timoneiro nunca fui que não sou de velejar o leme da minha vida deus e quem faz govenar... nao sou eu quem me navega quem me navega e o mar e ele quem me carrega como se fosse leva. A musica de Paulinho da Viola que ela começara a ouvir. Paulinho da viola e o acumulo do samba carioca. É o principe do samba. Timoneiro não é um acumulo do samba. Ele é um acumulo de um samba que foi adquirindo uma face de acordo com cada epoca. Ele vai encontrar uma definição para o samba de Paulinho da Viola. Para o samba de Chico Science e Nação Zumbi ele encontrara. Da lama ao Caos e Afrociberdelia discos de Chico Science e Nacção Zumbi eram o O Capital de Marx transfigurado em musica.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Conversa de doido

O dia se adiantava pela manhã. Desceu na avenida com nome frances e pensou na venda de uma senhora que vendia cafe, suco salgado e bolo. Pediria um suco e um salgado ou somente um suco? Precisaria ser rapido, pois a reunião marcada no orgão de reforma agraria estava prestes a se iniciar. Um amigo o convidara a participar da reunião cujo proposito se mantinha na direção de esclarecer duvidas no que diziam respeito a um assentamento da reforma agraria criado na decada de noventa por decreto assinado no governo Fernando Henrique Cardoso. Trinta anos de criação e ainda pairam duvidas referentes a area na qual o assenamento se insere e o numero de familias beneficiadas pelo assentamento. No ditado popular quem duvida perde a vida, no traquejo do cotidiano quem duvida ganha a chance de rever processos de decadas e abocanhar milhares de hectares de terra pare vender a um interessado que pode ser uma empresa do agronegocio ou uma empresa de interesses imobiliarios ou de turismo. O municipio de Morros e permeado por varios cursos de agua e o nome do assentamento é Rio Pirangi então dá para especular que se uma parte do assentamento for desafetada por alguma razão é claro que quem se apossar dessa area está interessado em agua. A reuniao era para debarer com o Incra a situação do assentamento e cobrar um posicionamento do orgão. Dava tempo para tomar um suco antes da reuniao. A vendedora anunciou que havia bacuri e maracuja. Seus sucos mais amados e enquanto a vendedora servia escutava a conversa dela com dois sujeitos. Estes defendiam a tese de que o presidente Bolsoanro não tinha culá da morte de setecentas mil pessoas durante a pandemia e que era de onde o virus tinha vindo no caso a China. Eguas que doideira os caras realmente acreditam nessa locuura. Se ele não estivesse ouvindo duvidaria caso alguem lhe contasse. “Melhor se adiantar do que se meter nessa conversa de doido. Daria mais resultado, pensou”.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

dias de heroismo

Deu-se conta que as ruas não eram mais as mesmas. O cancao que brincara com outras crianças na infancia de pular e pular em uma perna só de quadrado em quadrado como que sumira das vistas. As crianças não mais desenhavam suas brincdeiras no asfalto das ruas. Se não se enganava para brincar o cancão se desenhava tres quadrados na vrtical, dois na horizontal, um na vertical e dois na horizontal e terminava com um meio circulo. Os itens necessários da brincadeira se resumiam a um giz para o desenho e uma pedra para jogar nos quadrados. Um desenho simples para uma brincadeira coletiva. Puxava-se uma linha de um lado ao outro da rua para separar as equipes que disputariam o pega bandeira. A equipe colocava uma bandeira na sua parte da rua e a equipe adversária tinha como objetivo pegar a bandeira e traze-la para seu lado. É claro que antes de atravessar a linha com a bandeira o corredor deveria se esquivar dos seus aversários que caso o segurassem levariam-no para tipo uma masmorra invisivel de onde seria solto no fim da brincadeira. O mais corajoso, o mais rápido e o mais ágil conseguia penetrar na linha adversária, pegar a bandeira e traze-la consigo, mas esses dias de heroismo e de coragem infantis e juvenis ficaram para trás.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Marcelo e a Chapada de sua familia

Marcelo era o nome dele. Morava na Bacaba, povoado de Buriti. Tantas vezes passara por esse povoado, povoado pequeno comparado com outros povoados daquele municipio, sem que o visse. Anos mais tarde o Marcelo o convidaria para festejos ao redor do povoado e almoços em sua modesta casa interiorana. Por detras de sua casa e das outras, o riacho Feio se movia. Não sabia precisar a distancia do povoado para o riacho, afluente do rio Munim. Em tempos de inverno vigoroso, o riacho transbordava e prenchia a parte alta de um jeito que se podia pescar. Quem contara essa extravagancia não fora Marcelo e sim o Vicente de Paulo, morador do povoado Carrancas, que trouxe seu nome a baila em alguma das conversas que tiveram no terreiro de sua casa. Vicente de Paulo vivia em conflito com a familia Introvini por 150 hectares e o Marcelo lhe dava certa assistencia individual em questões relativas a terra. Este vira de uma hora para outra a vegetação do Cerrado ser substituida pela soja trazida pela fazenda Europa em parceria com a empresa Interallis. Restava uma boa parte do Cerrado na Chapada que o Marcelo se interessara em requerer. As empresas começaram a enfiar placas como testemunhas de suas intenções de desmatarem a Chapada que cabia a familia do Marcelo. Ele as arrancou. Para comprovar a posse, ergueu sozinho uma Choupana emplena Chapada que as empresas derrubaram. O importante e que a Chapada continua inteira e que o Marcelo entrou com um pedido de regularização fundiaria no Iterma.

sábado, 1 de outubro de 2022

O amigo e o avô

No encontro da rede alerta contra o deserto verde, no sul da bahia, um militante do MST manda uma pergunta para um grupo de militantes sentado sob a copa de uma árvore: “Onde está Winnie Overbeck? Foi com ele que aprendi o termo deserto verde”. (termo designado para grandes plantios de monocultura de eucalipto e outras espécies). Passaram-se anos semque a rede alerta se reunisse e o Winnie de origem holandesa andava mais pela África mesmo residindo em Vitoria, mas esses dois fatos em nada impediram que o militante doMST se recordasse do Winnie e recordasse como um bom companheiro que deve ser lembrado constantmente para não cair no esquecimento. O esquecimento é uma tarefa natural da mente humana. Esquece-se de pessoas e acontecimentos e outras pessoas e outros acontecimentos brotam naquele lugar. Seria possivel gravar e quem sabe relembrar tudo que se viveu e todas as pessoas com quem se viveu? Tinha tudo para não pensar no seu avô, o senhor Lidio Brito, que fora o primeiro prefeito da cidade de Dom Pedro, municipio maranhense Tinha tudo porque não chegara a ve-lo e nem chegara trocar duas palavras que seja com ele, pois morrera anos antes do seu nascimento. Ficava se perguntando os porques da escolha do seu avô para o cargo de prefeito intrino de Dom Pedro e como ele se saira no cargo. Essas perguntas fazem a diferença tanto quanto outras. Ninguem vem do nada. ninguem é unico.