terça-feira, 28 de junho de 2022

A praça e o boi de costa de mão

Por Mais que a pessoa pense o contrario, ela nunca conhece realmente a cidade onde mora. Em tempos de São João, a cidade adquire novas caras e novos trejeitos. A praça Antonio Lobo, no centro de São luis, ou a praça da igreja de Santo Antonio foi esquecida pelo programa de revitalização, reforma e construção executado pela prefeitura em 2020. Esse programa elevou a percepção da população em relação a administração do ex prefeito Eivaldo Holanda que se arrastou em quase oito anos de mandato. Para alguns, a praça qie melhor se saiu entre tantas foi a praça da Biblia. O resultado da obra dignificou de al forma a praça que a ex governadora Roseana Sarney verificou in loco. Quem defende a primazia da praça da Biblia no quesito reforma, indigna-se com a reforma da praça da Saudade e minimiza a reforma da praça da Misericordia. Discordar é preciso. “E as praças do Cohajap, parque Atenas e etc?”. “Não sei, não vi”. A praça Antonio Lobo entra nessa conversa por vias tortas. É uma praça completamente largada no centro da cidade. Os frequentadores se resumem aos estudantes de uma escola publica, algum morador das proximidades ou um transeunte paertando o passo para ir a igreja ou descer a rua São João em busca da beira mar. Depreciada, subsiste em seu desmazelo a ternura pelos espaços publicos que a prefeitura ou o governo do estado finge não ver. A praça Antonio Lobo, alguem sabe dele?, recebe todo ano o arraia de São João que perde em comparação com outros arrais em termos de grandiosidade. Ganha em simplicidade e ganha na proximidade que os espectadores tem com as brincadeiras juninas como o boi de costa de mão do municipio de Cururupu. “Qual é a historia desse sotaque?”. Mary Jane, moradora da reserva extrativista de Cururupu, explicou que tocar com a costa de mão nos pandeiroes se devia as mãos calejadas e cansadas da lida diária. De qualuqer forma, era uma batida mais cadenciada diferente da batida do boi de matraca mais acelerada.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

A pratica da escrita

Olhava de longe os versos que escrevera nos anos 90. Pelo menos, uns quatro chegariam a posteridade: “Devemos buscar a imortalidade, construo um imperio em que mil estrelas explodem em meu corpo, acorrentaram meu cão na noite que eregi cinica e o melhor de todos beberemos da água do mar no ventre da mulher grávida”. O individuo que escrevera esses versos existia ainda em algum ponto ou se perdera, por assim dizer, em favor de uma personalidade mais prosaica? O que escrevia, não restava duvida, provinha desses anos de juventude. Pedia permissão para seu lado racional para saquear a sua produção literaria que permanecia viva dentro de si. Outros versos aos poucos ressurgem: “falando de morte ou não imagino-me sendo levado, chuva vem de mansinho para nos pegar no colinho, sou um gigante catador de nuvens a beira do inferno”. Esses versos são apropriados para pensar a realidade em volta, das mortes executadas pelo agronegocio, pela chuva que diminui ano a ano e o ceu seco ao lado de campos desmatados ou plantados de soja.

domingo, 26 de junho de 2022

Uma historia a ser contada

Eles se falavam regularmente e em todas as vezes que se falavam ele a convidava para vir a sua cidade que de acordo com suas apreensões não ficava tão longe da sua cidade. Ela aceitava o convite se bem que discordava daquela total falta de noção de distancia. Para qualquer pessoa normal, sair de casa exigia planejamento. Quem alimentaria os cachorros? Quem passearia com eles? E quem mandaria noticias deles quando estivesse longe? Num mundo cada vez mais atento aos direitos dos animais, eram perguntas necessárias. Havia tambem o preço da passagem de avião entre uma cidade e outra. Ele a convidou tanto que um dia se cansou e não fez o convite usual de todas as vezes. A conversa se desenrolava dentro dos limites naturais de uma relação trabalhista. Ela cobrava prazos e ele respondia “tá bom”. Incontaveis vezes escutou de si “Tá bom”. E não é que ao “tá bom” se sobrepôs “eu e minha equipe irremos a tua cidade nos proximos dias”. Quem diria que esse dia ia chegar? Controlou o entusiasmo juvenil de segundo grau e revelou que levaria ela e sua equipe para conhecer os seus amigos, em sua maioria, pessoas idosas, com os quais desenvolveu projetos tecnicos ao longo de mais de dez anos com apoio da instituição que ela fazia parte. Aquele contato aconteceria com cinco anos de atraso. Importava pouco; importava sim que finalmente ela veria e ouviria junto com quem viesse ao seu lado os resultados de tantos esforços, tantas batalhas, tantas reuniões, tantas derrotas e ao final tantas vitorias. As vitorias não encerram a jornada nem dele e nem dos seus amigos que todos os dias enfrentam seus adversários que assumem formas humanas como tambem assumem formas de plantas. Por mais que se diga que a soja não é culpada pela destruição do Cerrado e nem pelo empobrecimento das populações rurais do Maranhão e sim o modelo economico, o modelo economico teria pouco sucesso em seu projeto de se apropriar da natureza se não contasse com uma espécie como a soja atuando a seu favor. A soja se presta muito bem ao papel exigido pelo modelo porque encarna muito bem a figura de vilao ou vila que vem de fora pra conquistar tudo que vê pela frente. Os amigos idosos que ele apresentaria a ela anunciariam que as suas historias se mantinham vivas mesmo que plantadores de soja, politicos, corretores de imoveis, orgãos publicos e grileiros dissessem o contrario. Enfim, a historia precisa ser vivida para ser contada.

sábado, 25 de junho de 2022

Saber ler e mais importante saber escrever

Os plantadores de soja para chegarem a seus intentos se valem de inumeros artificios. Todos esses artificios se ligam a escrita. O agricultor familiar, na maioria dos casos, apresenta dificuldades no tocante a leitura e a escrever. Ele se defronta com a maior dificuldade quando o assunto é escrever que decorre do ato de ler. Se a pessoa lê e não escreve o processo da interpretação da realidade saiu incompleto. Pior do que a incompletude da intepretação da realidade é não iniciar o processo de elaboração da realidade objetivo central da escrita. Entao a realidade dada é aceita de forma passiva. Os plantadores de soja, com dinheiro pego emprestado de bancos publicos e privados, contrata a peso de ouro um bando de advogados, engenheiros agronomos, jornalistas e seguranque antças. Todos leem e quase todos escrevem. Isso faz diferença em favor dos plantadores de soja já que na relação com o Estado prevalece o discurso escrito que antes lia se no papel e atualmente le se na tela de um celular ou de um computador. A dificuldade das comunidades tradicionais com a leitura e com o escrever é uma dificuldade material que em seu devido tempo afetará a pessoa em todos os campos de sua vida. É quase certo que a categoria dos plantaores de soja seja formada em sua maioria por sujeitos autoritarios e grosseiros que tenham dificuldade em ler e escrever. Nessas horas que entra o dinheiro que pode comprar o melhor advogado ( o advogado do adversário) e outros profissionais que leem e escrevem. O agricultor familiar e a comunidade obtem recursos insuficentes para pagar profissionais. Por essa razão, é bastante salutar o papel exercido pelas organizações da sociedade civil que dão assistencia aos agricultores familiares e comunidades tradicionais que lutam para manter seus teritorios cobiçados por plantadores de soja, politicos e corretores de imoveis.

domingo, 19 de junho de 2022

O agronegócio da soja bebe os mortos e devora as matas do Maranhão

A investigação do assassinato do seu Edvaldo lider da comunidade quilombola de Jacarezinho ainda não chegou a um desfecho. Chegou se ao possível assassino mas aos mandantes e a teia de interesses que sustentam os mandantes ainda não. Um possível mandante o senhor Valdecy plantador de soja na verdade e um testa de ferro dessa teia desrespeita os mortos com facilidade. Nem esperou o corpo do seu Edvaldo esfriar e invadiu o território de Jacarezinho com seus tratores e desmatou a grande área de babacuais. Ha uma tradição de beber os mortos como forma de homenagea los. Valdecy e a turma dele bebeu o morto e devorou as matas e com isso impõe sua vontade perante todos até os órgãos públicos até mesmo a polícia que afirma não poder fazer nada. A polícia sabe ler o que está escrito na licença que o plantador de soja diz ter? E a Sema que não se pronuncia pra nada continuará o órgão mais corrupto do governo? E o juiz Clézio Cunha arrolado como um possível interessado na grilagem e no desmatamento qual e sua posição?

A destruição

Rutger Hauer, personagem do filme Blade Runner, de Ridley Scott, lamenta para Harrison Ford: “Vi coisas que voces não acreditariam. Ataque de navios em chamas no flanco de orion. Eu assisti armas de cesio brilharem na escuridão no portal de tannhauser. Todos esses momentos serão perdidos no tempo como dto, o personagem de Rutger Hauer, uma maquina criada pela ciencia humana, para não morrer passa a destruir a humanidade que o criou. A humanidelhanade que o criou é bem maior que ele e as demais maquinas criadas a imagem e semelhança do criador. O homem criado a imagem e semelhança de Deus de acordo com a biblia destroi o Cerrado e as comunidades tradicionais que nele e que dele vivem. No caso do personagem de Rutger Hauer, ele mata porque sabe de sua finitude e que seu tempo expira. A comunidade de Jacarezinho, no ultimo dia 18 de junho, subiu a estrada que o grila pasagem eiro/plantaor de soja abriu para desmatar uma area de babaçuais por detras da comunidade. Nesse proposito o seu Valdecy não respietou rios e nem roças das familias quilombolas. Os tratores bloquearam as aguas que abastecem a comunidade e bloquearam as roças dos aunca viu gricultores. Os moradores resolveram subir a estraa a-aberta pelos tratores. Entre os funcionarios do grileiro/plantador de soja, estava o filho do dito cujo. Ele baixou a cabeça e calou-se na passagem dos moradores para em seguida pegar a caminhonete e dirigir pela estrada. Com certeza, a unica coisa que o filho viu nesses anos todos foi o pai grilar e desmatar terras a mando de alguem. Ele nunca viu o Cerrado sem desejar a sua destruição.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

irracionalismo

O brasileiro cultiva o irracionalismo ou ele se sente atraido pelo irracionalismo? Essas perguntas sem querer citam Nietszche que escreveu “ se voce olha longamente para o abismo, o abismo tambem olha para dentro de você”. Responder as perguntas requer um tanto de atrevimento porque as perguntas nascem naturalmente dentro das pessoas. As respostas não. Cultivar e sentir-se atraido se entrelaçam na historia social do Brasil. Só resta saber quem vem primeiro a cultura ou a atração. Pelo que se vê o brasileiro antes de tudo sente se atraido pelo outro, então o brasileiro se sente atraido pelo irracionalismo e leva essa atração por onde for.

Chapadinha e a destruição das Chapadas

A secretaria de mio ambiente de Chapadinha nem se compara em estrutura com a secretaria de meio ambiente do Maranhão mas vem se equiparando a esta na mesma pratica de liberou geral ou licenciou geral que é uma prática recorrente no estado. O processo de licenciar desmatamento é uma atribuição da secretaria estadual e cabe a secretaria municipal apenas referendar o que a outra decide, só que ela poderia atuar de forma mais objetiva e mais analítica no processo pedindo informações ao empreendedor, a própria SEMA e elaborando um parecer com a visão do município. O problema é que a própria Secretaria do Estado não presta informações, não cobra inconsistências nos laudos e não fiscaliza. Ora, se a secretaria estadual do meio ambiente descumpre suas obrigações administrativas, constitucionais e técnicas o que se espera de uma secretaria como a de Chapadinha? Espera-se que ela se comporte como a sua versão maior, conceda licenças sem observar as precauções necessárias e exigidas para que o processo corresponda aos anseios da sociedade e nãp só do empreendedor. A secretaria de meio ambiente de Chapadinha não viu nenhum problema em um plantador de soja/grileiro desmatar centenas de hectares nas Chapadas dos povoados de Vila Borges, Vila Januário, Vila Chapeu e Buriti dos Boi. Com certeza, a secretaria sabe que a Chapada é rica em bacurizeiros e que essas comunidades citadas anteriormentesdeterm a posse dessas áreas. A secretaria de Chapadinha tambem sabe, não pode alegar que desconhece, que há conflitos por toda essa Chapada porque por décadas as comunidades lutam pra preservar a Chapada e4 impedir os desmatamentos. Por fim, se a secretaria de meio ambiente de Chapadinha foi mal informada as comunidades de Vila Borges, Vila Januário Vila Chapéu são comunidades tradicionais e extrativistas do Bacuri e acomunidade Buriti dos Boi é tradicional, extrativista do bacuri e quilombola então qualquer processo de licenciamento em qualquer esfera tem que observar esse fato.