domingo, 25 de outubro de 2020

O capote

“O Capote, de Gogol, é um pesadelo grotesco e sinistro que cria buracos negros no desenho sinistro da vida.” Vladimir Nabokov escreve empolado, contudo a sua definição sobre o conto “O Capote”, de Nicolai Gogol, escritor russo do século XIX, atinge o alvo de forma certeira. A sua definição não se limita a Gogol: ela se expande para outras tantos outros autores que vieram depois (Dostoievski e Kafka). “Todos nós saímos de “O Capote” de Gogol.” A digressão de Dostoievski esvazia qualquer distancia que exista entre a leitura de “O Capote” e o fazer do escritor ou os fazeres dos escritores. Ler e escrever se distinguem e complementam-se. Um remonta a algo e outro monta algo. O passado e o futuro se estilhaçam no presente imperfeito.

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