domingo, 3 de janeiro de 2021

Benzedeiras

A Historia das comunidades quilombolas, comunidades rurais e povos indígenas é uma historia oral que corre risco de ser esquecida e perdida por não estar documentada em forma de textos e livros. Fica a se pensar essas coisas quando se ouve historias de benzedeiras em São Luis e em Viana. A irmã do pai de santo Jorge Babalo, o Jorge da Fe em Deus, cujo terreiro viceja no bairro Fe em Deus, subúrbio de São luis, era benzedeira e por conta das influencias familiares virou evangélica. Os evangélicos em sua maioria abominam os cultos afros e exigem que os recém convertidos as religiões evangélicas abandonem e repudiem suas práticas. A benzedeira bem que tenta abandonar a sua ancestralidade para não ofender sua neta evangélica. Só que o cantar é mais forte que a repressão e ela canta os seus cânticos ancestrais e isso irrita os evangélicos que elevam suas vozes para abafarem a idosa. A filha, também evangélica, foi praticante de cultos afros e pede a criançada da Fé em Deus que vá se benzer com sua mãe como forma de respeito e como forma de não perderem a historia que viveram. A Mãe Cota também foi benzedeira em Viana no povoado Jitine. Lá pelo final do século XIX e e começo do século XX. Contam que o gado dos fazendeiros enfrentava bicheira e outras doenças que podiam levar a morte se não recebesse tratamento e tratamento adequado era praticamente impossível numa região afastada, pobre e esquecida como a região de Viana. A mãe Cota exercia o papel de benzer as pessoas e os animais, contudo enquanto se levava as pessoas em rede para o benzimento presencial os animais ficavam nas fazendas e a benzedeira apontava suas mãos em direção aos animais e dizia pronto pode ir ao fazendeiro.

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