quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

A Estátua

Afinal, o que é a beleza? Essa pergunta não surge de imediato na vida de uma pessoa. Ela emerge aos poucos e a sua emersão total acontece quando a pessoa está pronta para faze-la. A beleza não nasce. Ela não é um fenômeno natural, embora tenha quem associe natureza e beleza como ao ver o irromper da manhã. As pessoas querem que o amanhecer transmita beleza. Nem todo mundo confere beleza a um amanhecer que é um fenômeno natural como outro qualquer. Por que as pessoas precisam qualificar algo ou alguém como belo? A beleza seria um sinal de destaque dentro de um contexto anódino. Destaca-se um aspecto estético para que este algo ou alguém ganhe projeção maior do que ganharia numa situação normal. A beleza não tem nenhuma utilidade prática. Ela é inútil. A pessoa avalia algo ou alguém como belo para em seguida deixar de lado esse veredito. O que importa a beleza para o mundo? Faça um exercício de excluir a beleza d sua forma de compreender o mundo ao seu redor. O mundo se enfeiaria? Ele viveria a mesmice eterna? Não há de se negar que São Luis vive um déficit de espaços públicos qualificados e que esse déficit decresceu com as recentes reformas e reconstruções executadas pela prefeitura e pelo governo do estado do Maranhão. Essas reformas e reconstruções obedeceram, em sua maioria, obedeceram a um padrão de cimento, bancos de madeira, equipamentos esportivos e etc. Nada que se destaque. Uma praça é igual a outra na monotonia do projeto. As praças do centro de São Luis apresentavam uma diversidade estética em comparação com outras praças e esse fato se deve muito as experiências estético culturais que a cidade vivenciou a partir do começo do século XX. A praça da Misericordia se destaca pela familiaridade que oferece aos transeuntes e pela estatua que dá um charme ao chafariz. O que seria da praça da Misericordia caso a estatua desaparecesse? Essa experiência, provavelmente, os moradores das casas ao redor e os transeuntes não querem ter.

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