sábado, 30 de janeiro de 2021

A chuva

A chuva cobria a noite com suas nuvens de silencio absoluto. Os pingos colocavam os pingos nos is. Pingavam pouco como se fossem cafés pequenos ou gatos diluídos. Era momento de dormir para quem sabe acordar sem vontade. Deu nó em pingo de agua e quase a chuva se despediu. O barulhinho da chuva acertava direitinho as palhas por sobre a casa. Plantou-se o arroz para que nasça e cresça sob sol e chuva. A chuva não contestou. Os patos desajeitados andavam pesados como a agua empoçada. A chuva veio e os trovões também. Lembrou de grandes batalhas sem explosões e sem tiros. A sentença de execução caiu no esquecimento da estrada solitária.

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