sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

CARTA ABERTA DOS MORADORES DE VILA MARANHÃO E MARACANÃ AFETADOS PELA VALE À SOCIEDADE MARANHENSE





Nós, moradores de Vila Maranhão, Maracanã e adjacências, bairros de São Luís guardiões de patrimônio material e imaterial fundamental para a manutenção da memória da cidade, vimos através desta carta denunciar a violação do nosso direito de ir e vir e a acentuação de riscos à nossa integridade física devido ao prolongamento do túnel de acesso aos bairros referidos. O prolongamento desse túnel faz parte da obra de duplicação da Estrada de Ferro Carajás, preste a ser realizada pela mineradora VALE que, sem consultar as comunidades afetadas, pretende prolongar em vez de ampliar o túnel existente, que já nos causa tantos problemas.
O túnel é a única via de acesso entre as comunidades Maracanã, Vila Maranhão e adjacências, imprescindível para grande número de pessoas acessarem seus locais de trabalho e estudo, inclusive empregados terceirizados da própria empresa.
Por ser um túnel extremamente estreito, só permite a passagem de um carro por vez, o que deixa vulnerável a violências físicas os motoristas que precisam reduzir a velocidade para passar e, no horário de pico, provoca engarrafamentos com longas esperas. Problemas que se acentuarão com o aumento de 30.000 pessoas que habitarão condomínios do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, em construção no Maracanã, Gapara e Vila Maranhão e com os alojamentos dos terceirizados da VALE.
O tamanho atual do túnel em largura e comprimento e a falta de iluminação nos deixam vulneráveis. Assaltos e até homicídios já ocorreram naquele espaço. Com receio de serem atacados, os moradores da comunidade Jacu só atravessam o túnel em grupo.
A trepidação provocada pelos trens causa rachadura nas casas mais próximas à ferrovia e a buzina do trem, a todo o momento, tira-nos a paz.
Com o início das obras de terraplenagem ao longo da ferrovia, temos sofrido com a poeira, que tem causado problemas respiratórios em alguns moradores. As áreas de preservação ambiental foram desmatadas e nossos poços estão secando.
Na comunidade Sitinho, além de sofrerem com a poeira, os moradores têm suas casas afetadas por piçarras que caem das caçambas carregadas de materiais que a toda hora transitam por nossas estradas para o canteiro de obra da empresa, deixando-as mais danificadas.
Solicitamos a VALE a garantia do nosso direito de ir e vir em segurança através da ampliação do túnel ou construção de um viaduto. Ela alegou não poder fazer por questões técnicas. Para duplicar a ferrovia a empresa faz uso da engenharia mais avançada, porém não dispõe da mesma quando se trata de garantir o bem estar, a segurança e os direitos das comunidades que afeta!
São Luís, 17 de janeiro de 2013.

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